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Date Posted: 04:36:03 02/21/03 Fri
Author: darknex
Subject: Desprovidos do Desejo ...

Desprovidos do Desejo ...

Reviver ou morrer por um afecto perdido,
Ser único ou junto a um memorial sozinho...

Melífluo mas ignorante á aflição silenciosa,
Escabrosa, indolente, a que esbofeteia a mágoa
E que de forma decadente esmaga a alma.

Ancestral e perdida,
acalma o vociferamento do emplastro apropriado,
opimo do momento
ao qual esbate e sucede, no horizonte, uma dor prolongada.

.... Estende e remata de forma imediata
uma circunstância jamais esquecida,
pois, quando lembrada, grita e brota uma lágrima;
que chora e evoca o ser que nunca desamou,
porque desde sempre o usurpou,
num naturalismo sonhador vazio.

Ao imaginá-la.,
a realidade regressa abstracta,
Ínfima e dolorosa,
Olvidando,
modos concretos,
debruçados na indemência dos tempos,
arrepiando.

Convidado habitual à falta de melhor odor,
Distingue e sofre vicissitudes de nenhures cadáveres com amor.
É triste mas inevitável,
Aquela amálgama de corpos suados,
Que matronam no peito ousado,
Puldozeres humanos congestionados.

Indagando interesses inconvenientes,
Inquirindo em palavras surdas, grunhidos ásperos,
Lambe-se um sangue lídimo
Que transpõe o desavergonhoso dano malicento num provento.

Aquela voz derrama veludos diligentes,
Inverte rudemente lamúrias intransigentes,
Ordinárias e recíprocas.

... Ainda, prodigaliza carinhos especiais,
sentindo gemidos
felizes e puritanismos ocasionais.
Que, interrompidos ou apregoados
Escaldam fogos apagados,
Onde a claridade permanece à tua chama moribunda,
E aclama à minha, porventura,
por uma selecta assistência tua,
ou apenas, por uma apetência mutua! ...

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