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Subject: Televisão: "Um dano para a cultura"


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Televisão: "Um dano para a cultura" (DN)
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Date Posted: 09:31:19 05/27/02 Mon

Se o programa do Governo para a TV pública for para diante, reduzindo a RTP a um só canal, "mais do que o fim do serviço público, isso constituirá um dos maiores danos à cultura portuguesa desde os tempos do doutor Oliveira Salazar". É desta forma taxativa que o jornalista Carlos Pinto Coelho, responsável pelo programa Acontece da RTP2, avalia o quadro de intenções do Governo para a RTP.

Falando em Vila Franca de Xira, no âmbito de um ciclo de conferências sobre os media, Carlos Pinto Coelho, numa intervenção intitulada "Televisão e cultura, hoje e aqui", afirmou-se particularmente preocupado com "a hora difícil da RTP". O que se passa, no seu entender, "é extraordinariamente grave para o País", tendo em conta que "Portugal apresenta um dos mais baixos índices de leitura e, simultaneamente, é o segundo maior consumidor de TV na Europa". Neste quadro, sublinhou, "a brecha existente, num mundo em que escasseia o tempo para respirar aquilo que é nosso, chama-se serviço público de televisão".

Confessando-se "profundamente desagradado com o serviço público que a RTP tem desenvolvido nos últimos oito anos" e indignado com os altos ordenados pagos pela estação a algumas vedetas, o rosto do único jornal de cultura que há na Europa não poupou críticas "à falta de enquadramento legal das audiometrias de quem vê televisão, que são asseguradas, sem qualquer fiscalização do Estado, por uma única empresa". Pinto Coelho foi mais longe e contestou mesmo os números divulgados diariamente pela Marktest, acusando-os de "não coincidirem com os próprios dados da estação".

Sendo que "o discurso político da hora tem uma tónica contabilista", o jornalista considera que "o programa do Governo significa a morte técnica do serviço público de televisão". De resto, não tem dúvidas que "é matematicamente impossível fazer dois em um, reduzindo a RTP a um canal". "Por isso é que não há na Europa nenhuma televisão de serviço público com um só canal; a BBC, que já tinha quatro canais, anunciou há dias a compra de mais um", afirmou.

"Serviço público de TV é tudo. Eu não posso fazer um programa de culinária com um cozinheiro a dar pontapés na gramática do princípio ao fim. Um jogo de futebol é serviço público, mas tem que ser relatado num português escorreito", sustentou. "Também não concebo um telejornal de serviço público a abrir com sangue e crime de faca e alguidar, do tipo informação tablóide. Que cidadania estamos nós a construir, ou que esquizofrenia estamos nós a meter na cabeça das pessoas, quando os chefes de redacção dos telejornais metem o sangue da criancinha à frente do cerco a Arafat?", acrescentou.

Quando foi questionado pela assistência sobre os possíveis contornos do processo em curso na RTP, que envolve ganhos para as televisões privadas, Carlos Pinto Coelho foi peremptório: "Eu penso que há um cambalacho à volta disto, porque quem aproveita com esta situação é o doutor Balsemão". E, justificando, aproveitou para ironizar: "Constou-me que o doutor Balsemão foi um dos fundadores do PSD. Com a anunciada redução da RTP a um canal, a cotação da Impresa na Bolsa disparou; se isto é verdade, é um sinal de suspeição".

Numa altura em que alegadamente se perspectiva "o fim do serviço público e uma tendência para a sul-americanização do panorama audiovisual português", o responsável do Acontece acredita que, "por uma má causa (a proposta do Governo), os portugueses podem voltar a incrementar o seu afecto pela RTP, que é mal amada, de há alguns anos a esta parte, por culpa própria".

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Una-se a esquerda e não sóJosé Braz15:06:33 05/27/02 Mon


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