Subject: Re: Resposta 3 - Heterogeneidade das classes emergentes |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 02:44:09 02/27/04 Fri
In reply to:
Fernando Redondo
's message, "Resposta 3 - Heterogeneidade das classes emergentes" on 09:57:56 02/17/04 Tue
>As observações da sigla JNR até me parecem interessantes, sobretudo no concernente aos destinatários do Livro. O vosso trabalho , Fernando e Rosa, poderá pecar por pressupôr ,à partida, uma certa familiaridade dos potenciais leitores com o marxismo e, porque não dizê-lo,com o marxismo (ainda?) do nosso tempo : o marxismo - leninismo.Claro que vocês visaram precisamente esse público alvo,uma vez que o que subjaz ao Livro seria a desadaptação das análises marxistas e das respostas marxistas aos problemas que emergem em força do neo capitalismo e, sobretudo , da emergência de um novo modo de produção decorrente da recomposição de classes, por sua vez consequencia do avanço das forças produtivas.
Claro que , já hoje em Portugal , onde as elaborações teóricas são tardias, se reconhece que é na área dos serviços , nas áreas das novas tecnologias,que ressaltam as maiores contradições e onde se forja aquilo que poderá designar-se como a " nova classe operária".
O aspecto mais controvertido é a passagem para um novo modo de produção.Não há mecanicismo ou análise dialéctica que nos permita chegar a essa meta.Não é simples concluir esse salto qualitativo quando , sabemos, que o capitalismo vem reforçando as suas posições chantagistas sobre os trabalhadores ,e controla acentuadamente todos os meios de informação/desinformação.
O JNR devia perceber é que há matéria para outro livro e com outras abordagens "para tocar outros leitores".
>Diz o JNR:
>
>"A base social do novo modo de produção a que se
>referem como sendo os trabalhadores do conhecimento, é
>uma nebulosa em que estão muitas camadas sociais, e
>segundo alguns estudiosos que pegaram nessa abordagem
>de Drucker podem observar-se já linhas de fractura e
>contradições fundamentais que poderão gerar as "lutas
>de classe" centrais deste século - entre a grande
>massa de tecnólogos, por um lado, e, por outro, uma
>camada dirigente
>emergente capaz de retirar o grosso dos proveitos
>económicos e do poder politico"
>
>Digo eu:
>
>Não me parece que tal multiplicidade seja impeditiva.
>Na fase inicial do capitalismo, tal como hoje, também
>se verificava uma grande heterogeneidade nas classes
>"burguesas" (Mercadores, donos de manufacturas,
>senhores feudais que procuravam apanhar o comboio,
>etc.)
>
>O essencial nesta nova fase é que todos geram valor ao
>aplicar conhecimento sobre a informação e não
>partilham esse valor numa base proporcional ao seu
>contributo.
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