Subject: Um presente às direitas |
Author:
Fernando Redondo
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Date Posted: 09:13:52 07/12/04 Mon
In reply to:
Jorge Nascimento Fernandes
's message, "Um Presidente às direitas" on 02:07:18 07/12/04 Mon
A reacção da esquerda à decisão do Sampaio é tão infantil que constitui um autêntico presente às direitas.
Em vez de explorar a demonstração de isenção dada por Sampaio associando-a ao facto de ele ser uma pessoa séria e de esquerda diz-se que ele foi isento porque passou a ser de direita. Assim se boicota uma futura candidatura de esquerda à presidência.
A esquerda em vez de fazer o que lhe compete, ganhar as mentes e os corações dos cidadãos para um projecto alternativo, prefere descarregar sobre os ombros do Sampaio a responsabilidade pela sua incompetência.
Quem é que fugiu do governo e abriu caminho ao Durão Barroso ?
Quem é que quiz eleições quando Guterres fugiu ?
Nessa altura não era importante impedir a direita de chegar ao poder ?
Podia Sampaio esperar agora um comportamento responsável dos mesmos que então se recusaram a continuar a governar ?
A resposta é dada pelo Jorge Nascimento Fernandes: "E assistimos hoje a uma esquerda desmoralizada e a porem-se na grelha de partida para tomar conta da Direcção do PS toda a sua ala direita. Que alternativa de esquerda alguma vez se irá construir com Sócrates, só se for a do queijo limiano, ou com António Vitorino, hoje um dos mais atlantistas do PS, que José Lamego, uma das figuras mais sinistras daquele Partido, apoia?".
A esquerda está realmente em maus lençóis não por culpa do Sampaio mas da incompetência dos seus líderes.
A esquerda sabe que os seus argumentos neste caso não têm validade e que o Sampaio só poderia dissolver a Assembleia, desprezar uma maioria parlamentar em vigor e interromper uma legislatura fazendo tábua rasa de todos os princípios que tem afirmado ao longo dos anos e que também aplicou ao PS quando da fuga do Guterres.
Depois dessa golpada nada garante que a esquerda ganhasse as eleições como muitos pensam baseados numas europeias bastante atípicas.
E mesmo que o PS ganhasse as eleições ninguém realmente sabe se conseguia formar governo nem o que faria tal governo...
O jogo político também tem, apesar de tudo, as suas regras.
Aqueles que fazem batota à vista de todos perdem apoios.
Em suma, como quase sempre trocam-se os objectivos de fundo por desenrascansos pontuais, compromete-se o futuro com habilidades de ocasião tão bem descritas pelo Jorge:
" E o problema não era criar à pressa qualquer alternativa de esquerda, era de facto parar, mesmo que fosse por pouco tempo, esta política desgraçada que estava a afectar o país, era aproveitar uma ocasião em que a direita, incapaz de resolver a crise, se preparava para uma trapaça política, em que é hábil. Não exigíamos, arredar de vez a direita, não apresentávamos o programa comum das esquerdas, queríamos só, e isto estava ao nosso alcance, alterar a política e acima de tudo aproveitar a correlação de forças que nos era favorável. O futuro logo diria se tínhamos unhas para andar"
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