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Date Posted: 18:38:15 11/29/04 Mon
Author: Rosalva de Freitas Oliveira
Subject: Semana 15 - Pre-projeto


PROJETO DASALA
Desenvolvendo Autonomia em SALa de Aula

"Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender " (p. 25).
Paulo Freire (1996).
RESUMO
A Escola Estadual Fernão Dias, município de Pirapora-MG, está localizada no centro da cidade e a atende a alunos muito carentes. A escola também é muito carente de recursos materiais. Nas aulas de Língua Inglesa, esta realidade fica ainda pior, pois a disciplina demanda ambiente apropriado e recursos materiais que propiciem o desenvolvimento das habilidades orais, de audição, escrita e leitura. É necessário o desenvolvimento de um projeto que promova a autonomia nos alunos em busca de recursos para minimizar a carência de equipamentos e materiais didáticos, tanto da escola como deles próprios nas aulas de Língua Inglesa.
“The only man who is educated is the man who has learned how to learn; the man who has learned how to adapt and change; the man who has realized that no knowledge is secure, that only the process of seeking knowledge gives a basis for security”.
Carl Rogers (1969)
INTRODUÇÃO
As aulas de ensino de língua inglesa nas três séries do ensino médio da Escola Estadual Fernão Dias, têm sido basicamente centradas no professor e no livro texto, com foco na leitura de textos e na gramática. Os recursos disponíveis são basicamente o quadro negro, giz e o livro didático (para muitos cópias tiradas por eles próprios).
Nestes moldes as aulas são pouco motivadoras e quase sempre improdutivas. A carga de responsabilidade sobre o professor é muito grande. São suas atribuições o controle da disciplina, exposição dos assuntos e avaliações, além da elaboração de todo tipo de material extra, e mesmo maneiras de conseguir equipamentos emprestados para uso em sala.
O livro didático adotado: Globetrotter - volume único, Marcelo Baccarin Costa – Ed. Macmillan, é atualizado e de acordo com os PCNs para o Ensino Médio. É fácil adaptar as atividades de forma a integrá-las ao universo dos alunos. A resposta dos alunos, com algumas exceções, tem sido positiva. Porém existem muitos problemas que fogem ao controle do professor, e que afetam negativamente o bom curso das aulas e demanda muita criatividade por parte do professor.
Problemas detectados:
A “biblioteca” da escola não oferece materiais de apoio: dicionários, livros didáticos, livros de leitura para-didáticos ou fitas de vídeo.

A escola não disponibiliza equipamentos básicos: aparelho de som, televisão, vídeo, retro projetor, máquina de Xerox ou Computador em condições de uso para alunos e professores.

As salas de aula são superlotadas, chegando a ter 60 alunos em uma única sala sem ventiladores (Pirapora às vezes chega aos 40°c).

“The best intentioned of learners will not get far without resources, that is, language data to work with. Learners also need an organizational system that will help them find what they need , either by themselves or with assistence from a facilitator”
Healey (1999)

“In an educational context , those and other elements can work either for or against autonomy. Consider, for instance, the following: learner; teacher; institution; material; social and political contexts; legislation; technology.” Paiva (2004)

JUSTIFICATIVA

Diante deste contexto caótico percebo que é necessário buscar alternativas que minimizem tantos problemas, e que o aluno é parte fundamental neste processo. É necessário, primeiramente, a mudança da minha postura controladora de tomar todas as decisões, deixando aos meus alunos a única responsabilidade de executar as tarefas por mim determinadas. Com isso, não tenho promovido neles autonomia ou senso de responsabilidade pelo próprio aprendizado. Sinto o quanto eles são dependentes de mim.

Com a insatisfação diante de tantos problemas e esta vontade de mudança de postura, é que surgiu a idéia do projeto DASALA (Desenvolvendo Autonomia na SALa de Aula). O objetivo é desenvolver um projeto que realmente envolva o aluno na elaboração, doação, busca e controle de materiais de apoio aos conteúdos propostos pelo livro didático. O projeto deverá envolver também maneiras de viabilizar fácil acesso dos alunos a esses materiais.

DECISION SHARING:
“ If I acknowledge that even a single decision which I unilaterally take deprives the learners of an opportunity to take responsability, can I give up the feeling of being responsible for most of the things that occur in the classroom? Can I find ways of gradually sharing all classrooms decisions with learners so that I am perceived as an equal partner in the process whose greater knowledge and experience relating to language learning are seen as rich resources which enable rather than inhibit their own exercise of autonomy?”
Breen & Mann (1997)

METODOLOGIA
O projeto envolverá a princípio apenas os alunos das 1ªs séries do Ensino Médio, a partir do segundo ano envolverá também os das 2ªs séries, que já estarão dentro do processo, e assim sucessivamente até o terceiro ano no qual as três séries estarão envolvidas. O eixo organizador do projeto são os temas que orientam cada unidade do livro. Para cada unidade serão selecionados textos, artigos, músicas, filmes e exercícios que abordem o tema. O material SELF-ACCESS de Susan Sheerin (1989) será uma das fontes mais ricas de atividades e servirá de orientador para este trabalho.
Todos os temas abordados na 1ª série serão passados para eles, de forma que eles saberão previamente o que procurar.
Será pedido aos alunos que busquem materiais que envolvam as quatro habilidades: fala, escrita, leitura e audição. A tentativa é evitar o foco em apenas uma destas habilidades, principalmente na forma.

TEMAS DA 1ª SÉRIE:
English – A Global Language
Cereers
Sports
Internet and Technology
Text and Context
Nature and Wildlife
Health matters
Time to celebrate

Sugestões de materiais:*
Textos
Livros didáticos e de leitura (paradidáticos)
Dicionários
Gramáticas
Revistas
fitas de vídeo
Exercícios extraídos de livros didáticos ou da internet
Letras de música
Gibis
peças de teatro
CDs
* Todo material em língua Inglesa

FORMAS DE ARRECADAÇÃO OU AQUISIÇÃO DOS MATERIAS:*

Gincanas
Doações de outras escolas e cursos de língua
Doações dos próprios alunos
Doações da comunidade e comércio local
Solicitação de exemplares grátis nas editoras
Solicitação (abaixo assinado) à direção da escola para a aquisição de equipamentos básicos para a escola.
Minha própria contribuição com atividades variadas, principalmente as sugeridas pelos materiais deste curso.

* Sugestões levantadas pelos próprios alunos.

“Rather than attempt to be fully comprehensive, decide on a small number of very useful categories which you know will be of interest to your students”.
Sheerin (1989).
Todo material elaborado, arrecadado ou comprado deverá ser colocado em pastas por temas e dispostos em uma ou duas prateleiras da biblioteca destinadas especificamente para a matéria de Inglês que receberá o nome de Self-Access Shelf*.

* Sugestão dos próprios alunos

A compilação, organização e manutenção desse material também deverá ser feita pelos próprios alunos. A avaliação da real utilidade dos materiais será feita pelos próprios alunos e se dará ao longo do ano durante o uso. Será verificado se determinado material é acessado com freqüência, raramente ou nunca.

Autonomy is enhanced when learners are encouraged to find their own language data and create their own learning tasks

Autonomy is enhanced when learners are encouraged to self-monitor and self-assess”
Nunan (1996)

A Idéia é que sempre que os alunos se sintam em dificuldades, eles tenham onde recorrer: a self-access shelf. Eles precisam buscar soluções para seus problemas, sem muita interferência do professor. Para eles terem essa autonomia é necessário que haja este lugar só deles, onde possam encontrar ajuda por si próprios.

“Sendo a autonomia, e a própria aquisição, um sistema complexo, não adianta o professor tentar controlá-lo. Cabe ao professor facilitar as condições para que os aprendizes tornem-se cada vez mais autônomos e capazes de aproveitar as oportunidades de aprendizagem ao seu redor, fazendo assim emergir novos padrões internos de organização no seu sistema de aprendizagem”.

Paiva (ALAB-2004)
Referências Bibliográficas:

BENSON, P. Teaching and researching autonomy in Language Learning. London: Longman, 2001.
BENSON, P. The philosophy and politics of learner autonomy. IN: BENSON, P.& VOLLER, P. Autonomy & independence in language learning. London and New York: Longman, 1997.
BREEN, M.P. & MANN, S.J. Shooting arrows at the sun: perspectives on a pedagogy for autonomy.IN: BENSON, P.& VOLLER, P. Autonomy & independence in language learning. London and New York: Longman, 1997.
CANDY, P.C.Constructivism and the study of self-direction in adult learning.Studies in the education of adults, 21, 1989.
CRABBE, D. Fostering autonomy from within the classroom: the teacher's responsibility. System. Vol. 21, N. 4
DICKINSON, L.Self-instruction in language learning. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.
FREIRE, P. (1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 165 p.
FINCH, A.E. (2000). A Formative Evaluation of a Task-based EFL Programme for Korean University Students. Unpublished Ph.D. Thesis. Manchester University, U.K. http://www.finchpark.com/afe/
FINCH, A. Autonomy: Where Are We? Where Are We Going? Featured presentation at the JALT CUE Conference on Autonomy, May 13/14th 2001 Based in part on the author's unpublished Ph.D. thesis
http://www.finchpark.com/arts/autonomy/index.htm 
LITTLEWOOD, W. "Autonomy": an anatomy and a framework. System. Vol. 24, 1996.
LITTLE, D. We're all in it together: Exploring the interdependence of teacher and learner autonomy. Presented at Autonomy 2000, University of Helsinki Language Centre, 7-9 September 2000 http://coyote.miyazaki-mu.ac.jp/learnerdev/LLE/8.2/littleE.html
NUNAN, D.Towards autonomous learning: some theoretical, empirical and pratical issues. In: PEMBERTON et al. Taking control: autonomy inlanguage learning. Hong Kong: Hong Kong University Press, 1996.
NICOLAIDES, C.  FERNANDES, V. Crenças e atitudes que marcam o desenvolvimento de autonomia no aprendizado de língua estrangeira: atitudes and beliefs that mark the development of autonomy in foreign language learning. The ESP. São Paulo, v. 23, n.1
PAIVA, V. http://www.veramenezes.com/autonopw_arquivos/frame.htm
PAIVA, V.L.M.O (org.) A Língua Inglesa no Brasil e no mundo . IN Ensino de Língua Inglesa:Reflexões e experiencias. Campinas, SP: Pontes – UFMG 1996.
RUBIN, J. Promoting increased learner self-management in language learning. (Unpublished manuscript)
SHEERIN. S. Self-acess.Oxford: Oxford University Press, 1989.
SINCLAIR, B. Materials design for the promotion of learner autonomy: how explicit is "explicity. In: In: PEMBERTON et al. Taking control: autonomy in language learning. Hong Kong: Hong Kong University Press, 1996.
SINCLAIR, B. Learner Autonomy: the cross cultural question. IATEFEL ISSUES. Issue 139, August/September 1997
http://www.eayrs.com/ELT/publications/IATEFL_Issues/Archives/Texts/139Sinclair.html 
THANASOULAS, D. Learner autonomy.ELT Newsletter. article 32, Sept.2000.
http://www.eltnewsletter.com/back/September2000/art322000.htm 
VOLLER, P. Does the teacher have a role in autonomous language learning? IN: BENSON, P.& VOLLER, P. Autonomy & independence in language learning. London and New York: Longman, 1997.

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