VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

Login ] [ Contact Forum Admin ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 12 ]


[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Date Posted: 08:16:30 11/13/04 Sat
Author: Antônio Carlos
Subject: Resumo 13

TANNEN, Deborah. Gender and Discourse. New York, Oxford: Oxford University Press,1994. (capítulos 2) p. 53-83.


No segundo capítulo do livro “Gender and Discourse”, intitulado “Interpreting Interruption in Conversation”, Deborah Tannen dá continuidade às críticas, feitas no primeiro capítulo, à crença comum de que as diferenças entre homens e mulheres relatadas na literatura no que se refere ao uso de estratégias lingüísticas sejam indicativas da dominação masculina e da subordinação feminina. A autora estende as discussões sobre a relatividade das estratégias lingüísticas e enfoca a interrupção em conversações entre homens e mulheres.
O capítulo estrutura-se através da argumentação de a crença de que sobreposição é sempre interrupção e de que interrupção impõe a dominação tem sido questionada das perspectivas metodológica, sociolingüística e ética.
Em sua objeção metodológica, a autora destaca que os pesquisadores que afirmam que os homens interrompem mais que as mulheres usam definições mecânicas para identificar as interrupções, pois, “contagem requer codificação e codificação requer definições operacionais” (p.57). Nessas pesquisas, qualquer sobreposição é, geralmente, vista como interrupção que, por sua vez, é vista como um ato hostil que visa ao controle do “floor” e o domínio da conversação. A principal conclusão desses pesquisadores é que os homens usam a interrupção como uma estratégia discursiva para dominar as mulheres. Tannen, no entanto, não concorda com esse raciocínio. Ela argumenta que “os critérios operacionalmente definidos, necessários e confortáveis para os pesquisadores experimentalmente orientados, são uma anátema para aqueles etnograficamente orientados” (p.57). A sobreposição deve ser entendida, portanto, simplesmente como a realização simultânea de duas vozes, o que não implica que o direito de um participante ao “floor” esteja sendo violado, como indica o rótulo de “interrupção”.
Em sua objeção sociolingüística, Tannen argumenta que a interpretação da interrupção como evidência de poder ou dominação pressupõe que a interrupção seja um ato unilateral, algo que um realiza sobre o outro. As pesquisas sociolingüísticas têm demonstrado, porém, que a conversação é uma produção conjunta, o que implica que tudo que ocorre é a ação de todos os participantes. Assim, para que ocorra é necessária a ação de dois falantes: “um precisa começar a falar e o outro deve parar. Se o primeiro falante não parar, não há interrupção” (p.59). É, então, equivocado afirmar que a interrupção é algo realizado por apenas um dos lados.
Além disso, Tannen ressalta que as afirmações de que a interrupção é um sinal de dominação reflete as crenças de que: a) a conversação é uma luta pelo “floor” e b) a conversação é um arranjo no qual um fala a cada vez. Quanto à primeira crença, a autora afirma que sua validade varia de acordo com predisposição individual, cultural e sub-cultural e com o contexto da interação. Em muitos casos, a interrupção tem muito mais a função de colaborar, dar suporte do que de obstruir. Em outros casos, elas advêm do status, da posição e das relações sociais entre os participantes. Quanto à segunda crença, Tannen afirma que ela reflete muito mais uma ideologia. do que uma prática. Segundo ela, sua análise da comunicação sob uma perspectiva cros-cultural (Gumperz, 1982) tem mostrado que a aparente interrupção é um resultado de contato de estilos – “não uma falha ou intenção de uma parte, mas o efeito de diferenças de estilo na interação” (p.62).
Em sua objeção ética, Tannen afirma que “quando pessoas que são identificadas como culturalmente diferentes têm diferentes estilos conversacionais, suas formas de falar se tornam a base para estereótipos negativos” (p.71).
A conclusão da autora é que a concepção de que aqueles que “interrompem” estão tentando dominar, se aplicada a interações entre falantes de certos grupos étnicos ou entre mulheres, reforça os estereótipos negativos dos membros daqueles grupos.

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Post a message:
This forum requires an account to post.
[ Create Account ]
[ Login ]
[ Contact Forum Admin ]


Forum timezone: GMT-8
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.