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Date Posted: 05:22:33 11/15/04 Mon
Author: Ângela
Subject: Resumo nº 13 - de 16/11 a 19/11

Resumo nº 13 – de 16/11 a 19/11
TANNEN, Deborah. Interpreting Interruption in Conversation – Gender and Dominance, New York, Oxford. Oxford University, Press, 1994
Aluna: Ângela Spesiali Aroeira
Tannen se propõe a apresentar resultados de pesquisa a respeito do fenômeno interrupção principalmente no que se refere à interação entre homens e mulheres. Uma de suas estratégias metodológicas é, após analisar os excertos de seus dados, tentando identificar momentos de interrupção ou sobreposição, apresentá-los posteriormente aos interagentes e questioná-los a respeito de sua reação: de ser interrompido ou de ser apoiado.
Se de um lado a sociedade, em geral, parece aceitar que mulheres falam demasiado e interrompem homens, validando uma atitude misógina, volume considerável de estudos sugere que homens interrompem mais as mulheres do que estas os interrompem, estabelecendo-se uma relação de dominação. Seu trabalho, neste capítulo é apresentar tais resultados à luz de discussões metodológicas, sociolingüísticas e éticas.
Na discussão sobre interrupção como estratégia de dominação, pela violação do direito do falante atual, Tannen relata estudos em que o silêncio também pode ser uma destas estratégias, conforme observações de Komarovski.
Objeções metodológicas: Há dificuldades operacionais para se distinguir sobreposição de interrupção. As definições são mecânicas e carecem de exame mais profundo do contexto. Interrupções aparentes podem apenas ser “procedimentais” e não substantivas, surgem como um parêntese necessário à conversa, sem que haja a intenção de interromper e tomar o chão. No almoço, por exemplo, oferecer um prato é tido como prioridade e não é sentido nem percebido como interrupção à conversa que está acontecendo.
Objeções sociolingüísticas: A noção de que interrupção reflete a dominação baseia-se num pressuposto ideológico fortemente enraizado na cultura anglo-americana. Em que pese os americanos desejarem e estabelecerem que apenas um deva falar de cada vez, isso não ocorre na prática. Falar não é um ato unilateral, construído por apenas a parte falante. Pelo contrário, dentro das pressuposições sociolingüísticas, o ato de falar com suas regras e limites, é construído e negociado conjuntamente. Tannen desconstrói a noção mecanicista de interrupção e sugere a existência de pelo menos dois estilos de interagentes: aqueles com alto envolvimento e os de alta consideração. Os primeiros tendem a sobrepor as falas com comentários que apóiam e demonstram motivação e envolvimento pelo que se diz. Estes eventos dentro do turno não podem categorizados linearmente, ou mecanicamente, como interrupções. Já o estilo de alta consideração se refere àquelas pessoas que se sentem interrompidas ainda que a intenção da outra parte seja a de conexão ou de solidariedade. De acordo com a autora, esses estilos estão vinculados às raízes culturais e étnicas. Como a conversação se constrói conjuntamente estilos semelhantes atuando implicarão em percepções semelhantes quanto à dominação ou solidariedade. O choque de percepção, ao contrário, se dará quando estilos distintos interagem. Pessoas de alta consideração sentem-se interrompidas e ressentem-se em conversas com pessoas de estilo de alto envolvimento. Desta forma, mais do que questão de gênero, as interrupções devem ser analisadas à luz dessas variáveis.
Objeções éticas: o dilema observado por Tannen é que uma vez comparadas, as diferenças culturais e étnicas quanto aos estilos dão margem ao surgimento dos estereótipos negativos. E como o modelo conversacional de “um fala de cada vez” é construto ideológico mais do que factual os estilos de alto envolvimento serão considerados maus, negativos para o processo interacional.

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