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Date Posted: 16:31:16 11/16/04 Tue
Author: Andrea Cristina Pereira
Subject: Resumo semana 13

Interpretando interrupção na conversação




Um dos aspectos mais intrigantes estudados pela autora do estilo de alto envolvimento foi o uso do que ela chamou de “sobreposição cooperativa”: um ouvinte falando simultaneamente com o falante não para interrompe-lo, mas para mostrar entusiasmo e participação
Pelos anos de experiência da autora, não se pode aferir que a sobreposição seja sempre interrupção na conversação, e assim culpar o falante cuja voz prevalece no turno.
Neste artigo, a autora se revere à questàoteórica de definir interrupção para mostrar que uma interrupção aparente não é necessariamente um fator de dominância.

Homens interrompendo Mulheres: A pesquisa

West e Zimmerman(1983) relatam o resultado de uma pesquisa gravada nas imediações da universidade, conversa casual gravada: 75% dos homens interromperam mulheres.


Interrupção como dominância

West e Zimmermam (1983:10) chamar interrupção como “ um recurso para exercer poder e controle na conversação”, mas também relatam que o” silencio é um recurso para exercer dominação” e também citam Komarovsky( 1962:353) que observa que a parte dominante em um casamento é geralmente a mais silenciosa .

Objeção Metodológica

Zimmermam e West( 1975) definem interrupção como violação do sistema de troca de turno.Se um segundo falante começa a falar no que seria o lugar de transição, tem-se a sobreposição. Se um segundo falante começa a falar onde não seja considerado um lugar de transição, tem-se a interrupção.
Para identificar uma sobreposição, é preciso reconhecer que há 2 vozes envolvidas. A sobreposição é uma categoria ética ( descritiva), mas afirmar que um falante interrompe outro é uma categoria interpretativa , não um ato descritivo ( categoria êmica)

Objeção Sociolinguistica

Interpretar interrupção como evidência de poder ou dominancia é assumir que interrupção é um ato de fala de uma mão só, alguma coisa que um falante faz para o outro.
Muitas ocorrências do sobreposição são mais cooperativas do que obstrutivas.
Uma das suposições de interrupção como dominância, é a fórmula de que conversação [é um arranjo onde um falante fala por vez. Isto é mais ideologia do que prática.
A própria pesquisa da autora, demonstra que a fala simultânea pode ser uma “sobreposição cooperativa”- evidência não de dominação mas de participação, não de poder mas de solidariedade. A autora também mostra que a interrupção aparente pode ser o resultado de contatos de estilos e não a falta ou intenção de uma parte, mas o efeito de diferenças de estilos na interação. Na abordagem da polidez, a sobreposição não é percebida como violação da face negativa do falante, mas como honrando sua face positiva( a necessidade de saber que outros estão envolvidos com eles)
A autoras deviniu os estilos dos falantes que tiveram pequenas pausas inter-turnos, e geralmente começam a falar enquanto outro falante ainda faz uso da fala, como de “alto envolvimento”. Quando esta estratégia é usada, não há interrupção.
Já o estilo de longas pausas, falantes não-adeptos à sobreposição, é o estilo chamado de : alta consideração”porque suas estratégias colocam mais ênfases em servir a necessidade à faces negativas, não a imposições

Variação Cultural

Como já observado por Scollon( 1985), quando os participantes tem diferentes hábitos em relação à marcação, tamanho da pausa inter turnos, e atitudes quanto à fala simultânea, as interrupções não- pretendidas são inevitáveis, porque o falante ao esperar uma pausa curta, percebe um disconfortável silencio enquanto o falante que espera uma pausa longa, ainda está a espera de um sinal para a pausa de turno.
Características como”marcações rápidas”não são valores inerentes mas são resultados de estilos de interação de falantes relativos um ao outro.
Às vezes, a fala sobreposta serve como um propósito cooperativo mais do que um propósito obstrutivo.


Objeção ética

Quando pessoas que são identificadas como culturalmente diferentes tem estilos conversacionais diferentes, seus modos de fala se tornam bases para um esteriótipo negativo.

Gênero, Etnicidade e Estilo Conversacional

A sobreposição destas 2 linhas de pesquisa- gênero e interrupção, e etnicidade como estilo conversacional de outro, mostra um problema crucial.
As pesquisas sobre gênero e interrupção apresenta um paralelo sócio-linguistico, mas não um contraste político. Isto transforma as conseqüências políticas de acusar um grupo por dominar o outro.Isto faz com que o paradigma do homem interrompendo a mulher, conduz à conclusão de que as mulheres ao dominadoras, agressivas


Conclusão

A autora sente na pele o que é ser estereotipada: como um falante de um estilo alto involvente, ela se ofende quando é tachada de auto-suficiente, por aqueles que não entendem seu estilo de fala. Como lingüista e pesquisadora, ela sabe que os trabalhos de estudo da conversação são complexos e como ser humano que entender o que acontece e este entendimento virá com o estudo de analistas de discursos preocupados em investigas os modelos de tomadas de turno nas conversações

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