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Date Posted: 13:46:16 11/23/04 Tue
Author: claudia Natividade
Subject: resumo 14

Resumo 14

Cameron, D. Verbal hygiene for women: linguistics misapplied?

Cameron examina os “treinamentos” direcionados para as mulheres a partir de 2 tipos de dados : manuais utilizados nos treinamentos e 16 entrevistas informais com participantes dos treinamentos. Tais treinamentos são programas de desenvolvimento comunicacional que tem como objetivo desenvolver a habilidade das mulheres se comunicarem de forma mais assertiva, gerenciada, com liderança e efetividade. Cameron chama esta prática de “higiene verbal” significando o uso da linguagem funcional, a-estético e moralmente preferido a outros estilos.
Os estudos de gênero e linguagem surgiram durante os anos 70. No século XVIII as mulheres de todas as classes sociais eram advertidas a confinar suas falas no âmbito doméstico bem como evitar interrupções e coação às falas masculinas. Esta prática tem mudança significativa nos anos 50 quando a mulher passa a participar mais ativamente do mercado de trabalho e juntamente com esta realidade os “treinamentos” surgem. Duas questões são colocadas aqui:
1 – questão política: Até onde o comportamento da mulher é a causa da desigualdade e o quanto a mudança de comportamento pode trazer equidade? Estas perguntas colocam a mulher novamente em desvantagem .
2 – Questões teóricas e empíricas: Qual e evidência de que a comunicação feminina é inadequada no contexto profissional? Neste caso, o que nos diz que os treinamentos com foco na assertividade é a solução?
Os treinamentos são baseados em dois tipos de pressupostos: assertividade e modelo deficiente
Assertividade: ensina estratégias de comunicação diretas instruindo os participantes a evitar passividade e agressão com outras pessoas nas interações.
Modelo deficiente: baseado nas diferenças entre os sexos inspirado no trabalho de Robin Lakoff que postula que a linguagem da mulher é menos direta que a dos homens. A linguagem das mulheres (WL) tem como característica intensividade, qualificadores, perguntas ao final da frase, entonação ascendente nas declarativas, polidez exagerada, evitação de forma não polidas, adjetivos vazios e elaboração lexical trivial. Lakoff diz que tal estilo é o da lady salientando o arranjo social de tal tipo de comunicação. As mulheres que usam este tipo de comunicação são consideradas indecisas e aquela que evitam este tipo de comunicação são consideradas não-femininas.
Apesar do discurso da assertividade e da linguagem da mulher terem se desenvolvido separadamente, eles se assemelham em dizer qual tipo de linguagem é desejável e qual é deficiente e qual tipo de pessoa usa um e outro.
Em todos os treinamentos pode-se encontrar menções à fala direta. Os materiais de treinamento negligenciam o fato de que as falas das mulheres não são homogêneas como se trata aqui; falar diretamente pode ser sociolinguisticamente bizarro e nada comparado à interação face a face; outro aspecto nos coloca diante de uma norma (fala direta) que é acima de tudo androcêntica e etnocêntrica. Falar diretamente viola regras de polidez e é determinado socialmente.
Há dois modelos interpretativos para o fenômeno comunicacional : o modelo da dominância diz o que está errado na posição de subordinação das mulheres e o modelo da diferença que não há nada de errado nas estratégias de fala das mulheres a não ser que o problema seja a atitude negativa em relação à fala feminina. A maioria do material analizado tem componente androcêntrico e privilegia o comportamento masculino. A categoria de “neutro” é associada à linguagem masculina e tomada como a norma universal.
A higiene verbal para as mulheres funciona como um mecanismo a mais de dominação e não propicia equidade.

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