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Date Posted: 17:45:58 05/30/05 Mon
Author: Rômulo Francisco de Souza
Subject: SEMANA 14 - A pesquisa sobre aquisição

FALE/POS-LIN - 1º semestre de 2005
Disciplina: LIG909/Turma: U Lingüística Aplicada a Línguas Estrangeiras
Aluno Rômulo Francisco de Souza
Professora: Vera Menezes.

semana 14: 30 de maio a 3 junho

A pesquisa sobre aquisição

LARSEN-FREEMAN, D. Second language acquisition research: staking out the territory. In: SILBERSTEIN, S. (Ed.). State of the art TESOL essays. Bloomington, Illinois: TESOL, 1993. p.133-168
_________________________________________________________________________



O texto de Larsen-Freeman apresenta uma pequeno panorama histórico sobre os interesses da Linguística Aplicada, em especial SLA. De uma forma geral, o campo da SLA caminhou de um foco estritamente ligada à análise de erros em direção a um foco mais abrangente, que seria o da análise do discurso, e voltou a focalizar assuntos nas áreas da transferência, insumo e variação. Os estudos em SLA têm concentrado suas observações nos processos de aquisição e no aprendiz.

Com relação ao processo de aquisição, Larsen-Freeman faz considerações sobre os seguintes aspectos:

A transferência linguística:
Estudos baseados na análise contrastiva partiam do pressuposto de que as diferenças entre a L1 e a língua alvo causavam erros, no entanto, essa perspectiva foi refutada através de teorias que mostram que as semelhanças entre as duas línguas é que causam mais erros. Eckman (1985) sugere que se a L2 for mais marcada do que a L1, os aprendizes teriam mais dificuldade em aprendê-la.

Insumo:
No final dos anos 70 os pesquisadores tomaram consciência da necessidade de se observar com qual tipo de insumo os aprendizes deveriam lidar. Eles reconheceram que nem todo insumo transforma-se em "intake". Muitas pesquisas visaram uma comparação entre o insumo e a produção dos aprendizes. Desses estudos foram recorrentes os resultados que mostravam que a frequência de certas formas no insumo era vista também na interlíngua dos aprendizes. Outros estudos a respeito do insumo buscaram observar a conversa entre falantes nativos e não nativos. Algumas propostas foram feitas a respeito do papel do insumo na aquisição de segunda língua. Dentre eles pode-se citar: Krashen, mostra que somente o insumo compreensível somado a baixos níveis do filtro afetivo são necessários para aquisição. Swain sugere que os aprendizes também precisam de praticar através da produção de "output" compreensível.

Variação:
Como todas as línguas naturais, a interlíngua apresenta variação. Nos estudos iniciais em SLA, foi dada uma maior atenção à sistematicidade da interlíngua. A variação sincrônica, apesar de muito óbvia, foi por muito tempo ignorada. Estudos posteriores, no entanto, focalizaram essa variação. Umas das explanações sobre a variação sincrônica encontrada na performance dos aprendizes em tarefas foi a construção sociolinguística do estilo discursivo. Tarone (1979) hipotizou que a cada momento, a interlíngua do aprendiz seria um contínuo de estilos discursivos, onde estilo é definido em termos da intensidade da atenção dada à forma da língua.

Atualmente parece ser aceito que o que parecia ser uma variação aleatória pode ser considerada como sendo regida por regras variáveis. A noção de sistematicidade da interlíngua continua intacta, o que não está claro é de qual tipo de sistema se trata.

Larsen-Freeman faz também, em seu texto, uma sucinta revisão sobre três perspectivas teóricas presentes no campo da SLA:

1) Nativista: defende a idéia de que o aprendizado de língua depende de uma capacidade inata e especializada (específico para língua) do ser humano. A autora estende seus comentários a respeito da perspectiva nativista explicando sobre os preceitos da GU e também mostrando pontos de vista de vários pesquisadores a seu respeito. Alguns pesquisadores concordam que a GU é também significativa para o aprendizado de segunda língua.

2) Comportamentalista/ambientalista: a experiência do aprendiz é mais importante do que a sua capacidade inata. Larsen-Freeman exemplifica essa perspectiva discutindo sobre o conexionismo/processo de distribuição paralela (PDP). Ela comenta sobre a construção de modelos computacionais para a cognição humana, baseado no que se sabe sobre a estrutura do cérebro humano, feita por teóricos ligados à PDP. Nesse contexto o aprendizado é visto como a ligação de conexões em uma rede neural complexa a partir da recorrência de padrões no insumo.

3) Interacionista: defende a idéia de que tanto o ambiente quanto o capacidade inata são responsáveis pelo aprendizado. Para ilustrar esse pensamento, a autora cita o modelo da competência variável. Tarone (1983), ao contrário de Chomsky, sugere que os aprendizes desenvolvem uma capacidade heterogênea, que é sistemática e composta por vários estilos. Ele propõe que os dados necessários para esse estudo seriam encontrados no discurso natural.

A respeito do aprendiz Larsen-Freeman aborda os seguintes aspectos:

A questão do sucesso diferenciado entre os aprendizes no que diz respeito à aquisição é um assunto bastante relevante para o campo da SLA.

Idade:
Krashen, Long e Scarcella (1979) revisitaram a literatura sobre a influência da idade na aquisição de segunda língua. Eles concluíram que aprendizes mais velhos são inicialmente mais rápidos do que os mais jovens no que diz respeito à aquisição da morfo-sintaxe. Entretanto, os mais novos superam os mais velhos durante o percurso.

Aptidão:
Para Krashen, a aptidão é relevante apenas para a aprendizagem, e não para a aquisição. Skehan (1989) argumenta que a aptidão exerce influência tanto em ambientes de aquisição formal quanto em ambientes de aquisição informal. Ele propõe ainda que há diferentes perfis de aptidão linguística: alguns aprendizes possuem uma aptidão analítica, outros uma aptidão mais ligada à memória.

Atitude e motivação:
Esses fatores psico-sociais pareceram exercer uma importante função no sucesso da aquisiçao de segunda língua. Para Gardner e Lambert, há uma relação direta entre atitude e sucesso em SLA. A atitude influencia a motivação que por sua vez influencia a aquisição. Alguns pesquisadores tiraram conclusões diferenciadas a respeito desse assunto. Talvez o que a conclusão mais acertada seja a de que a intensidade da motivação é mais importante do que o tipo.

Personalidade:
Duas generalizações podem ser feitas baseadas em uma revisão da literatura: Primeiro: frequentemente tem-se a impressão de que o ponto ideal da configuração da personalidade seja um ponto médio entre os extremos (ex: ansiedade moderada, risco moderado, etc, são situações melhores para o aprendizado). Segundo: é difícil antecipar um comportamento individual em uma situação particular baseados em uma medição de uma característica global.

Estilos cognitivos:
Estilos cognitivos são as formas com que os indivíduos processam informação ou abordam uma tarefa. Dos estilos cognitivos que têm sido estudados, "field independece" parece apresentar uma relação mais positiva e consistente com o aprendizado. "Field dependece" parece é frequentemente associado com a empatia. A empatia, por sua vez também parece estar relacionada com o sucesso do aprendizado. Brown (1977) observa que "field independence" pode ser mais importante para o aprendizado em sala de aula e que "field dependence" e empatia parecem ser mais benéficos para uma situação não formal de aprendizado.

Estratégias de aprendizado:
Rubin (1975) define estratégias de aprendizado com sendo as técnicas ou dispositivos que um aprendiz pode usar para alcançar um conhecimento. Muitas pesquisas a respeito desse assunto tinham o objetivo de identificar e classificar as estratégias. Um segundo foco seria o de determinar o efeito de um "treinamento baseado em estratégias"

Larsen-Freeman faz ainda considerações sobre o modelo de aculturação/pidgnização de Schumann e o modelo sócio-cultural. Segundo a autora, o que Schumann de aculturação é, em muitos sentidos, semelhante à noção de integração de Gardner. O modelo de Gardner também atribui status a fatores individuais: em especial à atitude e motivação. Assim como Schumann, Gardner enfatiza a dimensão social da aquisição de língua.

Larsen-Freeman Termina seu texto com um resumo dos principais tópicos a respeito dos quais um professor deve sabe:

1) O processo de aprendizado/aquisição é complexo;
2) O processo é gradual;
3) O processo não é linear;
4) O processo é dinâmico;
5) Aprendizes aprendem quando estão prontos para isso;
6) Os aprendizes dependem dos conhecimentos e experiências anteriores;
7) Não é ainda claro qual o papel da evidência negativa em relação à rejeição de hipóteses errôneas que os aprendizes recebem;
8) Para muitos aprendizes adultos, parece ser impossível um domínio total de uma segunda língua;
9) Há uma enorme variação individual dentre os aprendizes;
10) O aprendizado de língua é um fenômeno social;

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