Subject: KAWAKU NA LUSITÂNIA |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 28/10/05 18:05:57
In reply to:
Fernando Penim Redondo
's message, "Os poderes do Professor KAWAKU" on 28/10/05 15:25:13
Para lá do inegável humor o que ressalta no escrito do Fernando Redondo é essa crua realidade histórica ,evidentemente reforçada pela ignorância reinante- de que o atavismo lusitano é propenso a aguardar por "um cavaleiro da esperança" que resolva os graves problemas do país e que afectam o seu dia a dia, aquilo que "os políticos" não podem ou não querem resolver,uma vez que eles , cada vez mais desconfiados, jamais lhes passaria pela cabeça que a solução está também neles próprios,sim naqueles que sempre se habituaram a ouvir dizer que "eles"(os outros) os " dotores " é que sabem...
Há ,evidentemente,um clima psicológico e de demissão colectiva que pode ,perigosamente,resvalar para uma aposta em soluções que vão minar as conquistas democráticas dos portugueses ;as fragilidades são muitas e, de facto as saídas podem emergir daquilo que se espera como um facto inelutável...
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>
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>
>
>Os poderes do Professor KAWAKU
>
>
>As sondagens recentes mostram uma tendência inelutável
>para o fim do “Tempo dos Ilusionistas” e a emergência
>do “Tempo dos Feiticeiros”.
>
>Os Ilusionistas, diz-se, tiveram as suas glórias mas
>já não são o que eram.
>Calhados nas artes do faz de conta prometiam fazer
>desaparecer isto e aquilo mas toda a gente sabia que
>as promessas eram a mangar.
>
>Enchiam urnas com votos e depois, numa guinada da
>batuta, tudo se esfumava sem que eles soubessem
>explicar para onde.
>
>Com as cartas, baralhavam e tornavam a dar e só saíam
>duques.
>
>Anunciavam que fariam desaparecer o pântano
>Dunoçoatrazo mas afinal quem desaparecia eram eles
>(diz-se que vagueiam agora, como almas penadas, em
>Bruxelas e Nova York).
>
>Em vez de tirar os pombinhos das cartolas, com o
>pretexto da gripe das aves, passaram a tirar coelhones
>o que se converteu numa grande seca.
>
>Há já algum tempo deixaram de serrar as suas
>partenaires e começaram a serrar presunto.
>
>Aquilo em que ainda tinham algum sucesso, apesar de
>tudo, era em pegar num manjerico qualquer e, zás
>!, fazê-lo aparecer num Conselho de Administração.
>
>A gota de água que fez transbordar o copo da
>impaciência popular foi a promessa recente de fazer
>desaparecer o défice; quando se foi a ver o que
>realmente tinha desaparecido eram as reformas, os
>abatimentos fiscais, os aumentos dos vencimentos e o
>“diabo a quatro”.
>
>Vendo a tenda do circo a claudicar saltou para a arena
>o Grande Suarez, o decano dos Ilusionistas, e garantiu
>que mostraria a quem quisesse ver que a ilusão tudo
>pode e tudo vence. Prometeu fazer dormir
>tranquilamente toda a plateia e até mesmo as feras nas
>jaulas.
>
>Em vão. O povo desanimado ansiava pelo Professor
>KAWAKU, feiticeiro recém-chegado. A fama dos seus
>poderes fora mais célere do que a vassoura que o
>trouxe de Bole-e-Queima.
>
>E tudo isto porquê ? Porque o povo agora quer truques
>a sério.
>
>O povo está farto do tom coloquial dos ilusionistas
>popularuchos e quer uma atitude hirta, hierática, e as
>poucas palavras que sejam abracadabras.
>
>O povo está-se literalmente marimbando para os poderes
>constitucionais; o que lhe interessa são os poderes do
>Professor KAWAKU (que ele diz que exercerá
>activamente).
>
>O povo não quer políticos adiposos como o aparelho de
>Estado. A única gastronomia que interessa é a poção
>mágica que mantém KAWAKU elegante e em grande forma.
>
>Quando engolir um sapo o povo quer mesmo que apareça
>um príncipe encantado que resolva mesmo todos os seus
>problemas.
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