Author:
Ruben de Carvalho
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Date Posted: 29/10/05 10:55:10
In reply to:
Fernando Penim Redondo
's message, "Os poderes do Professor KAWAKU" on 28/10/05 15:25:13
O Ferreira e os economistas
Ruben de Carvalho, DN, 29/10/05
Numa acidental conversa telefónica, o meu amigo Ferreira chamava-me a atenção para uma prosaica contradição do discurso político-económico dos tempos que vão correndo.
Toda a gente - isto é, quase toda a gente... - fala da crise do "modelo social europeu" na base do que será um problema irresolúvel o crescimento económico das sociedades industrializadas tem vindo a baixar desde a década de 70, o que impede que o critério redistributivo do tal modelo social seja posto em prática.
Esta argumentação traz normalmente acrescentado o problema do aumento da esperança de vida que conduz a uma redução do equilíbrio entre a idade produtiva (e respectiva contribuição para o fundo social de reforma) e o número crescente de reformados e pensionistas.
Dizia-me então o meu amigo que há aqui um problema não esclarecido. Uma coisa é o PIB, isto é, aquilo que um país produz, aumentar ou diminuir; outra, é a forma como ele é distribuído.
Ora, é inquestionável que os problemas do equilíbrio etário, dos encargos sociais com a saúde, educação, reformas, etc. (despesa) têm aumentado. Mas é por isso que o PIB (produção) tem diminuído?
Há aqui um sinuoso percurso que, falando em termos de merceeeiro, pretende justificar que as receitas têm diminuído porque as despesas têm aumentado - sucedendo que isto não é verdade quando as despesas aumentam e as receitas não, o que diminui são os lucros. Como é óbvio, o dilema tem duas alternativas: diminuir as despesas e/ou aumentar a produção e as receitas. Só que, atenção, aumentar as receitas não é sinónimo de aumentar os lucros... Em termos de merceeiro não funciona...
Dizia o meu amigo, e com montanhas de razão, que não há memória de haver tanto economista no poder na Europa em geral e em cada país em particular mas não há um que sugira como aumentar a produção. Querem século XIX, com mão de obra barata (ai! Os sindicatos!) e custos sociais nulos (ai! Os "direitos adquiridos"!... - o que dá lucro.
A corrupção também, aliás.
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