Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your
contribution is not tax-deductible.)
PayPal Acct: 
Feedback: 
Donate to VoyForums (PayPal):
| 24/11/24 11:47:01 | [ Login ] [ Contact Forum Admin ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: [1], 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 ] |
| Subject: Islão, a religião cartoon; Ocidente, a sociedade hipócrita | |
|
Author: Yosef Perez |
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
Date Posted: 9/02/06 13:36:22 Manifesto “Islão, a religião cartoon; Ocidente, a sociedade hipócrita” Cansado de falinhas mansas e de uma excessiva e injustificada tolerância para com uma religião por um lado e uma sociedade por outro, que tudo têm feito para que as repudiemos, apresento esta crónica em jeito de manifesto, com o objectivo de incitar a crítica e o debate perante temas ainda tabus em pleno século XXI. A sociedade ocidental que tanto apregoa a liberdade de expressão, incorre na contradição de querer se mostrar aberta a todos os pensamentos, filosofias e doutrinas, e ao mesmo tempo e em defesa dessa corrente, censura aqueles que simplesmente manifestam as suas ideias e criações, tal como muitas lutas e revoluções no passado, o permitiram que assim o fizessem no presente. Neste grupo de censura, incluo todos os directores/editores de meios de comunicação social que censuraram a publicação dos polémicos cartoons, incluo todos os cidadãos comuns que criticam de igual modo a acção (publicação dos cartoons) e a reacção (manifestações violentas em várias partes do mundo), e incluo também os líderes mundiais que condenaram aqueles que resistiram a essa censura. Cito porta-voz da Casa Branca: “é totalmente inaceitável a publicação dos cartoons nos media europeus...”. E ainda Jack Straw, ministro dos negócios estrangeiros inglês que “condena o jornal dinamarquês e todos os outros jornais europeus que divulgaram as imagens”. Poderia engrossar esta lista com dezenas de outras “personalidades” internacionais, mas seria pura perda de tempo. Limitando-me a somente estes dois exemplos, que credibilidade e legitimidade têm estas pessoas para falarem, quando representam países cuja liberdade de crença ou falta dela, é exposta na face das suas moedas “In god we trust” ou no seu hino nacional “God save the queen”? Será que nesses dois países respeitam de igual forma aqueles que crêem e aqueles que não crêem? Segundo um comentador político, cujas declarações me ficaram na memória, nos EUA é possível elegerem um presidente preto, um presidente gay, um presidente transsexual, um presidente actor de cinema, um presidente alcoólico, uma presidente etc., mas nunca e mesmo nunca o povo elegerá um presidente ateu. Porquê? Porque sim. São assim os cidadãos americanos. Talvez seja por isso, que embora critiquem, repudiem e matem aqueles que radicalmente defendem o Islão, acabem por também ter alguma em coisa em comum com eles. Normalmente diz-se que os extremos tocam-se, e neste caso acho que nem podemos falar de extremos, pois no fundo encontram-se todos a navegar no mesmo barco. São aqueles que procuram à força tornar o mundo no seu mundo. Uns de forma dissimulada, o lado ocidental, e outros de forma assumida, o lado oriental. A arma dos primeiros é o marketing, a mentira e a hipocrisia, vindo de seguida os tanques e os mísseis, a arma dos outros são as bombas caseiras e o medo que implementam nas pessoas. Aqueles que no mundo ocidental criticam e censuram essa liberdade de expressão, apenas juntam ao seu reportório mais uma intrujice. Quando lhes convêm dizem que o seu mundo é o da liberdade e democracia, e o quando não lhes interessa proclamam que essas formas de expressão livre são insultos a essa mesma liberdade. Aí perseguem e reprimem os que “saíram do trilho”. Um rápido exemplo é o do editor do jornal francês “France Soir” que foi demitido depois de ter apresentado os cartoons sob o título “Oui, on a le droit de caricaturer Díeu” – Sim temos o direito de caricaturar Deus. 24 horas depois soube que não. Não tinha o direito de caricaturar Deus. Ou melhor, tinha se não o fosse deles. O Deus daqueles que tudo e tudo podem fazer, mas que não admitem que lhes façam a eles. Talvez seja por isso que sintam que tenham mais legitimidade para fazerem certas coisas. Porque se sentem ofendidos de morte, quando outros em ocasiões semelhantes têm a capacidade para gozarem de si próprios. Ou então porque, e talvez seja essa verdade, a maioria dos cristãos já há muito que o deixou de ser. À imagem da sua sociedade que vive de fachadas e aparências, também os crentes ocidentais apenas se dizem cristãos porque fica bem assim o ser. Agora prática religiosa é outra questão. É para os “fanáticos” e só para esses. Vejam como as igrejas costumam estar cheias. Principalmente em dias de casamento... Daí não ser de estranhar que quando surgem criações artísticas caricaturando Jesus Cristo, virgem Maria & afins, apenas os padres venham a público condenar essas “obras do diabo”. A restante parte da comunidade cristã, opta por beber mais uma cerveja e perguntar quando é começa a novela ou o futebol... Agora preocupar-se com questões menores é que não... Voltando à religião islâmica e à “crise dos cartoons”, fiquei no mínimo perplexo com a reacção extremamente violenta por parte de milhares de crentes, que pelos vistos apenas quiseram dar razão ao cartoonista dinamarquês. É incompreensível que tenham sido justamente os que ficaram mais ofendidos, a vir para as ruas de forma pouco inteligente “justificar” a criação e publicação dos desenhos. Se são eles que dizem que matam por Alã, que matam em nome dos Islão, que quando se suicidam têm um significativo número de virgens à sua espera, porque não nós “infiéis” confirmar essas teorias de forma humorística? Se são eles que nos “ensinam” essas coisas, de um modo teórico-prático porque não as devemos assumir como verdades absolutas? Dando uma vista de olhos ligeira aos jornais dos últimos dias, o que é que vemos? Embaixada dinamarquesa incendiada em Beirute, embaixada dinamarquesa destruída na Turquia, padre católico assassinado também na Turquia, manifestações violentas um pouco por todo o mundo, e boicote aos produtos dinamarqueses e/ou de países europeus. E já agora algumas das mensagens expostas em cartazes durante uma das manifestações em Londres: - “Massacre àqueles que insultaram o Islão!” - “Europa vais pagar. O teu 9/11 está a chegar!” - “Decapitaremos aqueles que nos insultaram!” - “Bin Laden está a chegar” - “I love Bin Laden” (gorro na cabeça de uma bebe) - Etc. Então, ainda se admiram que o cartoonista dinamarquês tenha feito a analogia entre Maomé e as bombas que por ele são lançadas. Não que em muitas ocasiões não seja justificada, pois os povos islâmicos tem toda a legitimidade para se defenderem dos ataques imperialistas americanos e europeus. Mas no que respeita a palavras/desenhos, é inconcebível responderem a estas, com morte e destruição. Apenas vem tornar algumas das suas lutas mais frágeis e ilegítimas aos olhos do povo ocidental e incrementar o racismo e xenofobia existente um pouco por todo o mundo. Mesmo este manifesto pode parecer discriminatório, por isso a terminá-lo lembro os quase bilião de muçulmanos que não saiu de casa em protestos, pelo menos violentos, e também algumas mensagens de vários representantes islâmicos com responsabilidades em países europeus, que exigiram a detenção e condenação de todos aqueles que se envolveram em tumultos e destruição. Ainda para terminar, mais uma achega ao comportamento hipócrita e vergonhoso da Scotland Yard, que nas manifestações londrinas permitiu a ostentação daquelas mensagens já referidas (eu também não as condeno pois não passam de palavras), mas que por outro lado deteve dois indivíduos que procuravam distribuir cópias dos cartoons na rua. Por tudo isto e por tudo mais que ficou por contar relativamente à religião islâmica, apelido-a de - usando o meu direito de me expressar livremente – religião cartoon. Mesmo correndo o risco de ofender muita boa gente. Quanto à sociedade ocidental, pela forma como se comportou, só posso chamá-la de hipócrita. E não me venham falar das excepções, pois eu sei que elas existem. Também não estou muito preocupado, se posso ofender alguém que faça parte dessa sociedade, pois sei que as pessoas que irão/estão a ler este texto provavelmente concordarão comigo. Se não concordarem, força, usem também o vosso direito de expressão e critiquem o que tiverem a criticar. Ala é grande! Yosef Perez in www.carapau.pt.vu link directo: http://carapau.webcindario.com/viewtopic.php?p=2775#2775 [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
| Subject | Author | Date |
| Re: Islão, a religião cartoon; Ocidente, a sociedade hipócrita | Yosef Perez | 12/02/06 19:52:07 |