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Subject: Lá como cá, falta um projecto à esquerda


Author:
Fernando Penim Redondo
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Date Posted: 18/02/06 17:33:44

Cacofonia à esquerda (Expresso)


OS CONSERVADORES liderados por Silvio Berlusconi poderiam voltar a ganhar as eleições gerais, previstas para o próximo dia 9 de Abril, graças aos incompreensíveis erros que cometem os seus adversários progressistas. Há dois meses, as sondagens sobre a intenção de voto davam à União de Romano Prodi cerca de 10 pontos de vantagem sobre o centro-direita, mas a meio deste mês situavam as duas coligações em 51% (centro-esquerda) e 46,5% (conservadores).

Depois da última sondagem conhecida, a União apresentou o seu programa de Governo, um texto de 281 páginas que tem por título «Para o Bem de Itália». Fê-lo num teatro de Roma e no cenário estavam todos os líderes dos 11 partidos e grupos que compõem a coligação progressista. Beijaram-se, abraçaram-se e apertaram as mãos para selarem um pacto comum, conseguido após longos meses de encarniçados debates. O resultado parecia ser um compromisso aceitável tanto pelos comunistas ortodoxos de Refundação (PRC), como pelos católicos moderados da Margarita e os radicais de Marco Pannella. «Não vos decepcionaremos», assegurou Prodi à plateia.

No texto, promete-se, entre outras coisas, duplicar o número de jardins-de-infância, instituir um fundo para que casais jovens possam comprar casa, uma conta corrente para cada recém-nascido que o Estado alimentará anualmente até aos 18 anos e baixar em cinco pontos os impostos sobre os salários que pagam os empregadores. A última promessa equivale a 10 mil milhões a menos nas receitas do Estado.


Autogolo.



Tinham passadas apenas algumas horas quando Marco Ferrando, candidato da minoria trotskista pelos comunistas do PRC, o partido liderado por Fausto Bertinotti, disse que os suicidas que na região iraquiana de Nassíria mataram 19 soldados italianos tinham praticado «um acto de resistência».

Prodi, entretanto, disse que o comboio de alta velocidade passará pela zona prevista, onde os presidentes de Câmara e população de esquerda tinham até agora impedido o seu traçado. Deitava assim por terra o difícil compromisso conseguido entre os 11 partidos sobre a nova linha ferroviária, que ligará Lisboa a Kiev. E Bertinotti prometeu castigar Ferrando, eliminando a sua candidatura, mas o seu partido sublevou-se. Massimo D´Alema, presidente dos democratas de esquerda (DS), o maior partido da União, tentou apagar o fogo, dizendo que «os ‘kamikazes’ são assassinos, mas também aqueles que usam fósforo branco sobre civis, como em Faluja».

Os conservadores esfregam as mãos de contentes. Pelo trotskista e pela candidatura de um famoso travesti, que deverá conviver com um dos maiores defensores da moral católica. «Confrontarmo-nos com o mundo faz bem», comentou Francesco Rutelli, líder da Margarita.

Quando em vésperas eleitorais Berlusconi alterou a lei eleitoral, de maioritária para proporcional, esperava provavelmente causar esta confusão no campo adversário, que o realizador de cinema Nanni Moreti define como «a capacidade da esquerda para provocar danos a si própria».



Rossend Doménech, correspondente em Roma

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