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Subject: Bah!Recitações, recitações.Voscência é como a cortiça:só flutua.Aprofunde um pouco mais... | |
Author: vou ali volto já |
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Date Posted: 16/11/06 19:49:58 In reply to: Guilherme Statter 's message, "Um "inventário" das ideias de Marx e Engels - Ou a peregrinação continua..." on 14/11/06 10:55:01 >Na premissa de que este sítio é primordialmente um >local de discussão do marxismo (foi para isso que foi >explicitamente criado pelo nosso amigo Penim Redondo) >proponho encetar uma sucinta discussão dos alegados >"erros" de Marx. >Para isso e antes de discutir ou refutar as ideias de >Marx e Engels, seria bom termos presente - assim à mão >de semear - uma espécie de "inventário" dessas ideias. >Para isso sugiro a listagem elaborada por C. Wright >Mills no capítulo do seu livro "Marxists" >(Pelican Books, 1975) dedicado – esse capítulo – às >ideias dos fundadores (do marxismo), Marx e Engels. >Então é assim (tradução quase literal do texto de >Mills): >1. A base económica de uma sociedade determina >a sua estrutura social como um todo, assim como a >psicologia da sua população. >2. A dinâmica da transformação ou mudança >histórica é determinada (ou pelo menos condicionada) >pelos conflitos entre as forças de produção e as >relações de produção. >3. A luta de classes entre os proprietários e >os trabalhadores é o reflexo social, político e >psicológico das condições económicas. >4. A propriedade enquanto fonte de rendimentos >é o critério objectivo da definição de classe; dentro >do capitalismo, as duas classes fundamentais são os >proprietários e os trabalhadores. >5. A luta de classes (em vez da harmonia – >"natural" ou não) é a condição normal e inevitável da >sociedade capitalista. >6. Dentro da sociedade capitalista, os >trabalhadores não têm como conseguir escapar à sua >condição de explorados ou ao seu destino de classe >revolucionária, através da conquista de direitos e >privilégios legais ou politicos. Os sindicatos e >partidos de massa de trabalhadores são úteis enquanto >locais de treino para a revolução, mas não são uma >garantia de socialismo. >7. A exploração faz parte intrínseca do >capitalismo enquanto sistema económico, aumentando >assim as hipóteses da revolução. >8. A estrutura de classes torna-se cada vez >mais antagónica ou polarizada, aumentando assim as >hipóteses da revolução. >9. Há no sistema uma tendência intrínseca para >aumentar a miséria material e a alienação dos >trabalhadores. >10. Os trabalhadores assalariados – uma >classe-em-si-mesma – tenderá a transformar-se no >proletariado, uma classe-para-si-mesma. >11. A oportunidade para a revolução existirá >apenas quando coincidirem as condições objectivas (de >crise generalizada) e de preparação subjectiva (da >esmagadora maioria dos trabalhadores). >12. A indispensabilidade funcional de uma >classe num qualquer sistema económico levará à sua >supremacia política na sociedade como um todo. >Para Mills esta tese ou ideia estará >apenas implícita e/ou dispersa na teoria do poder de >Marx. Pode ser deduzida dos escritos de Marx e Engels >mas não se encontra formalmente explicitada >13. Em todas as sociedades de classes o Estado >é o instrumento de coerção das classes possidentes >14. O capitalismo está permanentemente >envolvido em crises, passando de uma a outra. Estas >crises estarão a ficar cada vez mais profundas e assim >o capitalismo entrará na sua crise final e na >revolução do proletariado. >15. A sociedade pós-capitalista deverá primeiro >passar por uma fase de transição – a fase da ditadura >do proletariado. Só depois passará então à fase em que >prevalecerá o verdadeiro comunismo. >16. Embora sejam os homens quem faz a sua >própria história, dadas as circunstâncias da fundação >ou base económica, a forma como fazem essa história e >a direcção que ela toma são determinadas. O curso da >História está estruturalmente limitado a ponto de ser >inevitável. >17. A estrutura social – tal como indicado na >primeira proposição – é determinada pela sua fundação >ou base económica. De acordo com este princípio, o >curso da sua história é determinado por esta fundação >económica. > >Um primeiro comentário a esta listagem: >É no mínimo estranho e/ou insólito que não se encontre >nesta inventariação uma única referência à teoria >laboral do valor nem à lei fundamental (segundo os >próprios "fundadores") do sistema dissecado por Marx e >Engels: a famigerada tendencia decrescente da taxa de >lucro (por exemplo, como mecanismo explicativo das >crises). [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
5. A luta de classes... | Guilherme Statter | 17/11/06 1:33:32 |
Da sociedade capitalista e das outras.... (NT) | Fernando Penim Redondo | 17/11/06 8:54:02 |
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Ai é?A revolução social é devida às lutas explorado/explorador ou entre novos e velhos exploradores? | vou ali volto já | 17/11/06 13:15:55 |