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Subject: Voscência não se envergonhe das piruetas.Pior é persistir nos meandros da fé!Mais um ateu? | |
Author: vou ali volto já |
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Date Posted: 18/11/06 18:58:47 In reply to: Guilherme Statter 's message, "7 + 8 - A exploração e as hipóteses de revolução..." on 18/11/06 0:09:20 > >7. A exploração faz parte intrínseca do capitalismo >enquanto sistema económico, aumentando assim as >hipóteses da revolução. >8. A estrutura de classes torna-se cada vez mais >antagónica ou polarizada, aumentando assim as >hipóteses da revolução. > >Junto aqui estas duas "teses" ou "ideias do >Inventário" pelo facto de terem em comum a questão das >"hipóteses da revolução" >Em primeiro lugar, de facto, a exploração faz parte >intrínseca do capitalismo, embora como já foi >assinalado em relação a outras características, não >seja – a exploração – característica exclusiva >do capitalismo. >Não cabe aqui fazer a demonstração desta asserção. >Em segundo lugar, se considerarmos o problema à escala >da economia mundial globalizada, de facto a estrutura >de "classes" tem-se vindo a polarizar cada vez mais. >Mas atenção, utiliza-se aqui a palavra "classe" num >sentido MUITO lato na medida em que quando se pensa >nas centenas de milhões de seres humanos (potenciais >trabalhadores...) que estão "à margem" do sistema (em >África, na Ásia do Sul, na América Latina), torna-se >(MUITO) difícil perspectivá-los como uma "classe", no >sentido ortodoxo ou original do termo. Nem sequer como >parte do chamado "lumpen proletariat"... São >simplesmente "excedentários". De um ponto de vista do >capitalismo, "não produzem", "nem consomem" (passe o >exagero... se é que o há!). >E no entanto são o resultado directo e imediato da >lógica de funcionamento do sistema capitalista. Por >isso não é aceitável – lógica e eticamente – que se >considerem como "marginalizados" face ao processo de >globalização, como pretendem os autores da chamada >"linha principal". >No entanto – e no que diz respeito à asserção comum a >estas duas "teses" ("aumentando assim as hipóteses >da revolução") é importante fazer uma série de >observações críticas. >Mais uma vez temos aqui o problema de ter que se >definir antecipadamente qual o âmbito "geográfico" ou >"unidade de análise" que é relevante: se cada país (ou >estado nacional) se o sistema na sua globalidade >planetária. >Mas mesmo, se pusermos temporariamente essa questão de >lado, um outro problema mais fundamental se coloca: >o da relação(causa e efeito...) entre o >processo de exploração e a eventualidade da >revolução. >Uma primeira observação que é quase uma banalidade >histórica é o facto de que ao longo dos milénios não >têm sido os "explorados" quem tem feito as revoluções. >Os explorados o que têm feito são revoltas. O >que é profundamente diferente. No Império Romano >tivemos o caso da revolta dos escravos comandados por >Spartacus. Na Idade Média, mais concretamente ao longo >do século XIV (mas também mais tarde), tivemos as >revoltas de camponeses (as "jacqueries"...) >Quem veio a fazer as revoluções nos alvores da Europa >Moderna não foram os explorados, foram os burgueses. >Por outras palavras, nada na História deveria >permitir a Marx e Engels tirarem a conclusão de que >seriam os "operários industriais" que viriam a ser os >novos agentes ou actores sociais da "Revolução >Socialista". >Voltando entretanto à questão da "unidade de análise" >ou "âmbito de aplicação" (da "tese"... âmbito >"nacional" ou mundial"), é um facto insofismável para >quem queira observar o mundo que havendo um agravar >relativo (e em muito casos absoluto) das condições de >vida de grandes e crescentes massas de "trabalhadores" >(em rigor "excedentários"...), é também verdade que >aumentam as hipóteses de revolta, mas não >necessariamente de "revolução". Em >qualquer caso os meios de comunicação trazem-nos >noticia, hora a hora, do aumento da chamada "anomia >social" um pouco por todo o mundo. >Ou seja, creio que se pode afirmar com alguma >segurança que historicamente não se tem verificado >qualquer relação significativa entre a causa >"processo de exploração" e o efeito >"hipótese de revolução". >Nisto Marx e Engels parece que se enganaram. Em >particular ao identificarem como "agentes da >revolução" uma particular classe de explorados, os >"trabalhadores assalariados". [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
Duas observações | Fernando Penim Redondo | 18/11/06 20:10:50 |
Re: Duas observações - mais uns esclarecimentos... | Guilherme Statter | 18/11/06 23:32:52 |
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