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Subject: Algumas achegas para alguma crítica


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 20/11/06 16:47:10
In reply to: Jerónimo de Sousa 's message, "Euro, cinco anos depois:" on 18/11/06 10:25:04

Sim senhor. Tudo bem... perdeu-se a "soberania monetária".
Mas não me parece que seja essa a causa dos males identificados por Jerónimo de Sousa.
Estagnação do crescimento (de até de há mais tempo) também se constata noutros países. Desde logo o Japão, um dos mais ricos países do Mundo. Que como se sabe não está no Euro.
O desemprego que também se assinala, aflige também MUITOS outros países que nada têm a ver com o Euro e que preservam ou mantêm uma certa "soberania" monetária.
Digo "uma certa soberania monetária", porque isso é muito relativo. Tem mesmo havido países que pura e simplesmente indexaram aa suas moedas a moedas "mais fortes", nomeadamente ao dolar... Ironias. Diga-se que também já arrepiaram caminho.
Por outro lado as consequências atribuídas por Jerónimo de Sousa à entrada de Portugal no Euro, já vêm de trás, têm um caracter estrutural (em rigor são consequências sistémicas, mais até do que "estruturais"), pelo que atribuir "as culpas" à moeda única parece-me ser "erro de pontaria".
Muito em particular a transformação da estrutura da economia mundial, com a deslocalização para países de mão-de-obra mais barata (ou "apenas" mais qualificada...) de tipos de actividade que estavam em Portugal, apenas por que o factor trabalho era, nesses casos, mais barato.
E aí é que bate o ponto da questão Euro.
Se tivessemos continuado com o Escudo e exactamente porque a nossa economia não tem a "robustez estrutural" de uma Suécia ou do Reino Unido, aquilo que muito provavelmente os nossos dirigentes políticos fariam, de vez em quando, era "a desvalorização do Escudo", solução simples e expedita para tornar as nossas exportações mais competitivas. "Isto" claro se passasse-mos de lado em relação aos acordos monetários que antecederam a adopção formal da moeda única. É bom lembrar que na prática já estávamos em "moeda única" há uns bons anos.
Entretanto, o que nós importamos tornava-se naturalmente mais caro, o que até era bom para a nossa Balança Comercial.
Era capaz de ser vantajoso...
Mas entretanto, de desvalorização em desvalorização, ir-se-ia adiando o problema da qualificação profissional, nomeadamente no que diz respeito ao empresariado e gestão... Pois, vários estudos confirmam que em Portugal - e em termos comparativos - o "patronato" é relativamente menos eficaz e menos eficiente do que os "trabalhadores".
Já dizia o Luís Vaz de Camões: "rei fraco faz fraca a forte gente".
É verdade que também teríamos maior flexibilidade em termos do défice orçamental (com vantagem de o Estado poder "gastar mais" - com os governos que temos tido pergunto-me se gastaríamos "melhor"...), com o risco acrescido de uma desvalorização acrescida e não pretendida - imposta pelo jogo das movimentações de capitais... - o que provavelmente iria contribuir para reduzir a nossa "soberania monetária".
Os problemas fundamentais deste país são

1 - A JUSTIÇA e equidade FISCAL
e
2 - A EDUCAÇÃO (sentido largo..)

O resto vem por acréscimo e nisso há quer ter alguma confiança na capaciade empreendedora e no trabalho dos Portugueses.

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Replies:
Subject Author Date
Re: Algumas achegas para alguma críticaPaulo Silva20/11/06 18:02:49


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