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Subject: 14. O capitalismo, as crises e a revolução... - I


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 26/11/06 22:27:55
In reply to: Guilherme Statter 's message, "Um "inventário" das ideias de Marx e Engels - Ou a peregrinação continua..." on 14/11/06 10:55:01


14. O capitalismo está permanentemente envolvido em crises, passando de uma a outra. Estas crises estarão a ficar cada vez mais profundas e assim o capitalismo entrará na sua crise final e na revolução do proletariado.

A primeira frase é uma simples constatação. Nada a dizer. No que diz respeito à asserção de que as crises estariam a ficar cada vez mais profundas, Marx terá feito uma previsão caracter científico ("estas causas resultam naqueles efeitos") que se veio efectivamente a verificar.
Desde que Marx escreveu o que escreveu sobre as crises do Capitalismo, houve as guerras da Secessão nos EUA, as guerras na Europa (a Prússia e a França...) e na Ásia (o Japão, a China e a Rússia), "Partilha de África" ( de certa maneira a guerra dos "boers" esteve para a primeira guerra mundial como a guerra civil de Espanha esteve para a segunda guerra mundial...). Depois veio a Primeira Guerra Mundial, a grande depressão e a Segunda Guerra Mundial. E depois, foi a Coreia, o Vietname, a Argélia... Depois vieram os Balcãs... Agora o Iraque...
Alguém quer mais alguma "grave crise" ???
Aqui dir-se-á portanto que Marx acertou em cheio, na "mouche", no que diz respeito à ocorrência das crises.
Já o mesmo não se poderá dizer relativamente à sua previsão acerca da capacidade do sistema em "viver com as crises" e, em segundo lugar, ao aproveitamento que as "forças revolucionárias" tenham podido fazer dessas crises cada vez mais profundas. Por outro lado a asserção acima nada nos diz acerca dos eventuais "mecanismos" (ou causas...) das crises, não sendo aliás discutida no texto aqui em referência uma qualquer "teoria marxista da crise". A esse respeito convém aqui referir que o tratamento ou discussão de uma teoria das crises está disperso por diversos escritos de Marx e em particular no Capítulo XV do Volume III de "O Capital".
Entretanto, na busca de explicações para as múltiplas crises que têm afectado o sistema ao longo dos séculos, qualquer estudioso minimamente atento acaba sempre por encontrar dois tipos fundamentais de explicações: por um lado, causas intrínsecas ao funcionamento do sistema capitalista e, por outro lado, causas extrínsecas ao referido funcionamento.
Ao contrário dos economistas "clássicos" do seu tempo (e dos economistas convencionais ou da chamada "linha principal" de hoje...) Marx defendia e explicava a tese de que as crises (ou pelo menos o tipo que poderia eventualmente dar origem à "revolução") seriam fundamentalmente originadas por causas intrínsecas ao funcionamento do sistema.
No que diz respeito a uma eventual "teoria das crises", haverá assim que assinalar que há vários tipos de crises. Desde logo, crises de tipo conjuntural, crises de tipo estrutural e crises de tipo sistémico. As crises de tipo conjuntural poderão ser quer extrínsecas (as manchas solares, o clima e o seu impacto sobre a agricultura...), quer intrínsecas (desvalorizações cambiais... "bolhas" especulativas... a este respeito assinale-se que por vezes – normalmente, como em qualquer sistema hiper complexo – os "sintomas" ou "efeitos" acabam funcionando como "causas". É o fenómeno da retroacção a funcionar...).
As crises de tipo estrutural, por sua vez, já serão só de tipo intrínseco (novas invenções naturalmente lançadas nos mercados sem coordenação social equilibrada...) na medida em que resultam sempre de mudanças profundas que correspondem "apenas" a uma transformação quer na tecnologia, quer na localização e circuitos de produção e distribuição da riqueza social. Entendemos como crise sistémica uma crise cujas origens estejam no desenvolvimento natural do funcionamento das características intrínsecas (ou postuladas) para o próprio sistema.

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Subject Author Date
14. O capitalismo, as crises e a revolução... - IIGuilherme Statter27/11/06 12:04:37


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