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Subject: 16. A inevitabilidade do curso da História... - I | |
Author: Guilherme Statter |
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Date Posted: 29/11/06 17:32:04 In reply to: Guilherme Statter 's message, "Um "inventário" das ideias de Marx e Engels - Ou a peregrinação continua..." on 14/11/06 10:55:01 16. Embora sejam os homens quem faz a sua própria história, dadas as circunstâncias da fundação ou base económica, a forma como fazem essa história e a direcção que ela toma são determinadas. O curso da História está estruturalmente limitado a ponto de ser inevitável. Debatemo-nos aqui com o incontornável problema do "determinismo"… (Este tema já foi anteriormente abordado neste forum. Se bem me lembro, a minha última intervenção era no sentido de deixar uma questão – que ficou em aberto – a qual seria a de que "se Marx era assim "tão determinista" (como por vezes parece ser sugerido pela crítica), então porque razão teria dedicado tanto tempo do seu esforço à "transformação do mundo" ?) Convirá assim esclarecer o sentido da expressão "determinismo" quando falamos de História, por oposição ao sentido que tem este termo quando falamos de "ciências naturais" (como se a Humanidade não fosse uma coisa da Natureza, diga-se de passagem...). Tanto quanto eu saiba, a coisa mais determinista (ou determinada) a ponto de a esse respeito se poder facilmente confundir "determinismo" (com "necessitarismo" ?...) é a irreversibilidade do tempo implícita na Segunda Lei da Termodinâmica, formulada já em 1850 por Clausius mas antecipada por Carnot uns 30 anos antes. Não há volta a dar-lhe: o Tempo não volta para trás. Quanto ao resto, uma coisa será "necessitarismo" (determinadas causas ou circunstâncias ("actuais" e/ou "herdadas do passado" - o peso da inércia social... por exemplo) implicam necessariamente determinados "resultados" ou "circunstâncias futuras"), outra coisa será "determinismo", em particular quando utilizada esta expressão em ciências sociais, onde "determinismo" quer muito simplesmente significar ("simplesmente" salvo seja...) que o todo da estrutura orgânica tem primazia analítica relativamente ao comportamento individual e isolado de uma qualquer pessoa. Devemos aqui lembrar – ou esclarecer – que aquilo que poderemos chamar de "necessidade determinista" é algo que se pode calcular em termos de probabilidades ou hipóteses de "vir a acontecer". É também nesse sentido que se dirá que o "necessitarismo" releva da "metafísica" enquanto que o determinismo releva da investigação científica. Observação que é válida quer para as chamadas ciências "naturais", quer para as chamadas ciências "físicas". É aliás desse princípio (o "determinismo" no sentido que é aceite pelo marxismo), que vivem as companhias de seguro (automóvel, vida...). Os actuários – matemáticos especializados - passam o seu tempo profissional a calcular (e a rever ou a ajustar os cálculos) de "quantos acidentes de automóvel" vai haver "por dia, por mês ou por ano"... É assim que as companhias vão mantendo os preços das suas apólices de seguro. Por outras palavras, "não está determinado" que eu ou aquele indivíduo vai ter hoje um acidente, mas "está determinado" que hoje (ou este ano...) vão acontecer 'X' acidentes..." É assim que se diz que das contradições do capitalismo resulta ("está determinado"...) o aumento das desigualdades sociais, ou as crises de "sobreprodução", ou a necessidade de expansão geográfica e demográfica do sistema. E é neste sentido que se fala em determinismo histórico. Y punto No caso das seguradoras é uma questão de análise histórica do comportamento das variáveis (os condutores de automóvel, por exemplo...), no caso da História da evolução do capitalismo é uma questão de análise lógica das caraceterísticas comportamentais dos actores sociais em Capitalismo. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
16. A inevitabilidade do curso da História... - II | Guilherme Statter | 29/11/06 19:42:27 |