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Subject: O referendo vai a referendo | |
Author: Ana Sá Lopes (DN, 09.02.07) |
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Date Posted: 9/02/07 8:24:10 Se, na noite de domingo se concluir que a maioria dos portugueses, repetindo 1998, decidiu alhear-se do referendo sobre o aborto, há uma consequência evidente: ganhe o "sim" ou ganhe o "não", os referendos acabam em Portugal. A regionalização será feita por portas travessas (de maneira a contornar a obrigação constitucional de a referendar) e sobre o Tratado Constitucional europeu nem é bom falar. É o referendo que vai a referendo. Tanto como a despenalização do aborto, está em causa o direito à decisão popular fora das eleições. Se o povo não quer decidir, ninguém mais se vai lembrar de lhe perguntar nada nos próximos anos. Para domingo, está tudo absolutamente em aberto. A abstenção é uma incógnita e o "não" está em condições de ganhar - as sondagens também se enganaram em 1998. Longe das cidades e dos grandes meios de comunicação social há um país profundamente católico que trabalhou arduamente para propagar a mensagem do "dever perante Deus". O país que imprimiu os folhetos, distribuídos nas caixas de correio, onde se lê que "é um facto inquestionável que a protecção especial de Deus se reflectiu na transformação miraculosa - religiosa, moral e até económica - de Portugal que se seguiu à consagração do nosso País ao Imaculado Coração de Maria, feito pelos bispos portugueses em 1931 e 1938", está vivo e recomenda-se mais que a intelligentsia dos centros urbanos poderá, se calhar, supor. Talvez por isso o "nim" do PSD deu lugar a um objectivo "não", com um de início titubeante Marques Mendes transformado num emérito opositor à despenalização (enquanto defendia a suspensão dos julgamentos, mas não dos exames ginecológicos às mulheres que abortaram, a reboque da estratégia do "não" soft desenhado pelo prof. Marcelo). Mas quando Laurinda Alves acusa Sócrates de querer "perseguir as mulheres" sabemos que já entrámos no delírio. O "não" verdadeiramente "não" é coerente: crime é crime e mantenha-se tudo como dantes. Este "não" meio "sim" atamancado faz parte de uma manobra de quem quer ruído e confusão, convencido que está que ganha com a desmobilização popular. E pode ganhar. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
Re: O referendo vai a referendo | Fernando Penim Redondo | 9/02/07 8:29:34 |
Re: O referendo vai a referendo | José Manuel Faria | 10/02/07 14:38:23 |
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