Resumo Vieira Abrahão -- Crenças de ensino e aprendizagem de línguas

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Date Posted: 16:42:27 07/03/09 Fri
Author: Márcia Gonçalves Silva
Subject: Resumo Vieira Abrahão

VIEIRA ABRAHÃO, M. H. Metodologia na investigação das crenças. In: BARCELOS, A. M. F. & VIEIRA ABRAHÃO, M. H. (Org.). Crenças e ensino de línguas: foco no professor, no aluno e na formação de professores. Campinas, Pontes Editores, 2006.

Vieira Abrahão neste capítulo do livro de Barcelos trata das abordagens e instrumentos utilizados na investigação de crenças. A autora baseia-se nos estudos de crenças e nas três abordagens definidas por Barcelos – abordagem normativa, metacognitiva e contextual – e defende a idéia de que a investigação de crenças pode dispor de vários instrumentos de coleta de dados para facilitar a triangulação dos dados.
Numa visão contemporânea, a abordagem contextual tem se sobressaído em relação às abordagens metacognitiva e normativa, por estar inserida num paradigma qualitativo de pesquisa. No entanto, a autora acredita que mesmo numa pesquisa qualitativa, instrumentos de pesquisa utilizados na abordagem normativa – questionários fechados do tipo likert scale – e na abordagem metacognitiva – entrevistas semi-estruturadas, auto-relatos e questionários semi-estruturados – além daqueles instrumentos utilizados na abordagem contextual – narrativas, desenhos, diários, gravações em áudio e vídeo – contribuem para promover a triangulação dos dados, dá oportunidade para os pesquisados refletirem sobre suas experiências, permitem esclarecimentos e evitam ambigüidades nos resultados da pesquisa.
De acordo com Vieira Abrahão, todos os instrumentos que vêm sendo utilizados para a investigação de crenças, apresentam vantagens e desvantagens, cabe ao pesquisador aproveitar as vantagens de cada um de acordo com a sua perspectiva de investigação.
 Questionários: envolvem questões pré-determinadas apresentadas na forma escrita. Podem ser elaborados com itens fechados, em escala, abertos, ou uma combinação desses elementos. Podem envolver um grande número de participantes e consumam menos tempo no momento da aplicação, porém requerem muito tempo e cuidado para a sua elaboração. Permitem o mapeamento de percepções e crenças, levantam informações pessoais, curriculares, expectativas e mesmo crenças, para comprovar ou não dados coletados por métodos qualitativos.
 Entrevistas: São classificadas em três tipos: estruturadas, semi-estruturadas e livres. Também levantam as opiniões de um grande número de pessoas, mas não podem contar com o anonimato dos questionários, mas permitem esclarecimentos para evitar ambigüidades.
 Auto-relatos: São técnicas que buscam captar as histórias de professores e aprendizes para explicar com maior profundidade suas ações e respostas em sala de aula. Podem ser orais ou escritos de experiências pessoais. Os relatos orais devem ser feitos preferencialmente em grupo com a participação do pesquisador com seu próprio relato.
 Observação de aulas, notas de campo e diários: A observação de aulas possibilita que os pesquisadores documentem sistematicamente as ações e ocorrências que são relevantes para suas questões e tópicos de investigação. Normalmente as observações são acompanhadas de notas de campo e diários de pesquisa. Escreve-se notas objetivas e sucintas que dão origem a entradas de diários pessoais, subjetivos e interpretativos. Os diários são uma alternativa ou um suplemento para as notas de campo.
 Gravações em áudio e vídeo: Tem como objetivo registrar em detalhes as ações e interações de sala de aula, mas podem inibir os participantes. As gravações devem ser utilizadas somente quando os participantes estão acostumados com a presença do pesquisador em sala. As primeiras gravações geralmente são descartadas como dado de pesquisa.
 Sessões de visionamento: Também chamadas de sessões reflexivas, envolvem a exposição das gravações em vídeos das aulas observadas aos participantes, professores e alunos esperando provocar a conscientização dos mesmos sobre o seu fazer.
 Desenhos: Trata-se de mais um instrumento para se resgatar as visões e expectativas que têm os alunos, sobretudo os mais novos, sobre o processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira.

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