Resumo BARCELOS, Crenças sobre aprendizagem de línguas, Línguistica Aplicada e ensino de línguas. -- Crenças de ensino e aprendizagem de línguas

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Date Posted: 12:46:07 07/10/10 Sat
Author: Deivison Carvalho
Subject: Resumo BARCELOS, Crenças sobre aprendizagem de línguas, Línguistica Aplicada e ensino de línguas.

Neste artigo Barcelos traz uma reflexão sobre o conceito de crenças no aprendizado de línguas, inserida dentro da Lingüística Aplicada. Nesse sentido, traz um breve estado da arte desde a década de 80 marcando como as pesquisas na área têm sido empreendidas, apresentando os conceitos atribuídos pelos diversos autores além das implicações que tais estudos trazem ao ensino/aprendizagem de línguas.
Barcelos discute que o interesse pelas crenças aparece a partir de uma mudançade visões na LA, a antiga visão de língua com enfoque no produto, na linguagem, é relegada e substituída por uma nova visão com foco no processo e o aprendiz passa a ter um papel neste processo. O interesse pelas crenças aparece nos estudos de Hosenfeld, nos anos 70, quando utilizou a expressão “mini-teorias de aprendizagem de línguas dos alunos” reconhecendo a importância do conhecimento tácito dos alunos, mesmo sem denominá-los como crenças. O termo crenças é empregado pela primeira vez em 1985 quando Horwitz elabora o BALLI e seguido pelos artigos de Wenden em 1986 e 1987. No Brasil, este conceito ganha força somente na década de 90 com os estudos de Leffa (1991), Almeida Filho (1993) e Barcelos (1995) que analisam as concepções dos aprendizes a respeito do que é aprender línguas e do que entendiam por cultura de aprender.
A autora segue constatando que não há uma concepção a respeito de crenças que seja um consenso e apresenta um inventário de conceitos com, inclusive, um conceito seu, a saber: “Conhecimento intuitivo implícito (ou explícito) dos aprendizes constituído de crenças, mitos, pressupostos culturais e ideais sobre como aprender línguas. Esse conhecimento compatível com sua idade e nível sócio – econômico[sic], é baseado na sua experiência educacional anterior, leituras prévias e contatos com pessoas influentes”.
Com base nos diversos conceitos apresentados, Barcelos frisa que todas as acepções para o termo crenças de aprendizagem de línguas são visões a respeito do que é linguagem, do que é aprendizagem de línguas e sobre aspectos pertinentes à linguagem e à aprendizagem, ou toda tarefa de aprender. Ressaltam, também, o aspecto cultural e a natureza social das crenças.
Em relação às pesquisas a autora apresenta o que ela chama de três momentos nas pesquisas na área de crenças. No primeiro momento as pesquisas estão preocupadas em fazer uma espécie de inventário de crenças, utilizando apenas questionários fechados que ignoram a perspectiva do aluno. No segundo momento a pesquisa se aproxima mais do ensino autônomo e do treinamento de aprendizes. Fica evidente a aproximação das pesquisas em crenças com as realizadas na área de estratégias de aprendizagem. Verifica-se uma visão implícita de que crenças errôneas levam a estratégias ineficazes e vice-versa e há, também, uma classificação de crenças.
O terceiro e último momento caracteriza-se por uma diversidade de metodologias e formas de pesquisa em crenças, incorpora-se o fator mais importante às investigações deste momento: o contexto – “um conceito dinâmico, constituído socialmente, e sustentado interativamente”.

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