Resumo Barcelos, Metodologia de Pesquisa das Crenças sobre Aprendizagem de Línguas: Estado da Arte. -- Crenças de ensino e aprendizagem de línguas

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Date Posted: 12:48:04 07/10/10 Sat
Author: Deivison Carvalho
Subject: Resumo Barcelos, Metodologia de Pesquisa das Crenças sobre Aprendizagem de Línguas: Estado da Arte.

Barcelos trás uma discussão a respeito do fato de que as pesquisas em crenças de aprendizagem de línguas têm se constituído até o momento, como descrições despreocupadas da busca do por que os alunos possuem aquelas crenças, suas origens e o papel que desempenham no processo de aquisição de línguas. Nesse sentido, a autora faz uma revisão do conceito de crenças e da sua relação com a ação, revisa, também, a metodologia de estudos sobre crenças, a partir de uma perspectiva de três abordagens, concluindo com perguntas e sugestões para pesquisas futuras.
A autora define crenças como opiniões e idéias que alunos e professores têm sobre o ensino e aprendizagem de línguas, sendo assim, investigá-las é importante para averiguar as percepções e interpretações dos alunos a respeito da aprendizagem, bem como para averiguar suas motivações, atitudes e estratégias. Por outro lado, argumenta que os estudos têm sido focados apenas numa visão de causa e conseqüência, apesar da falta de dados que permitam a confirmação destas afirmações, além do fato de que as crenças devem ser deduzidas não somente das afirmações verbais dos participantes da pesquisa, mas, também, de suas reais intenções e ações.
Quanto à metodologia dos estudos sobre crenças, Barcelos apresenta as abordagens:
(a) normativa – infere as crenças de um conjunto pré-determinado de afirmações, definindo-as como indicativas dos comportamentos futuros dos alunos e preocupando-se em apenas descrevê-las e classificá-las.
(b) metacognitiva – que define crenças como conhecimento metacognitivo. Os aprendizes refletem sobre o processo de aprendizagem de línguas, sendo capazes de exteriorizar algumas de suas crenças, pois as crenças são consideradas como conhecimento, como parte do processo de raciocínio do aluno;
(c) contextual – que busca a compreensão das crenças de alunos e professores em contextos específicos, levando em consideração as perspectivas dos participantes e a maneira como as crenças estão inter-relacionadas com suas experiências. Percebe que elas não são estáticas, mas, sim, mutáveis.
A seguir a autora afirma que a abordagem normativa permite que as crenças sejam investigadas e maneira sincrônica e diacrônica, com vários corpora, ainda que restrinja as respostas dos participantes a um conjunto de afirmações pré-determinadas pelo pesquisador no uso de questionários tipo Linkert-scale. Afirma ainda que abordagem metacognitiva estimula a expressão e a reflexão dos participantes sobre suas experiências de aprendizagem. As crenças são aferidas por meio das afirmações dos alunos, sem a preocupação com suas ações, por meio de questionários. E por último que a abordagem contextual viabiliza a investigação das crenças a partir da expressão oral e do contexto das ações dos participantes, mas que não é recomendada pesquisa contextual com muitos participantes. Faz uso de observações, entrevistas e diários.

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