MADEIRA -- Crenças de ensino e aprendizagem de línguas

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Date Posted: 12:49:55 07/10/10 Sat
Author: Deivison Carvalho
Subject: MADEIRA

Crenças de professores de português sobre o papel da gramática no ensino de língua portuguesa.

Madeira apresenta de um estudo com professores de português, língua materna, da rede pública de ensino do estado de São Paulo que participaram de um programa de aperfeiçoamento oferecido por uma universidade pública local e observou como suas crenças influenciam o papel da gramática em suas aulas. O autor define crenças como conhecimento implícito, sendo o conhecimento cientificamente comprovado. O autor faz uma distinção entre os tipos de gramática em: gramática normativa (a que lida com os fatos da língua padrão), gramática descritiva (que é a baseada nas regras definidas a partir do uso que o falante faz da língua, gramática internalizada (o conjunto de regras dominadas pelo falante) e gramática funcional (com base nas funções atribuídas aos componentes da língua por meio de seu uso). Discute, ainda, o papel da gramática na sala de aula, contatando que na revisão bibliográfica a visão dos professores e a prática real em sala se diferenciam, à medida que, partir do texto para ensinar a gramática representa retirar frases e unidades do seu contexto de uso com o intuito de analisá-las e classificá-las. Apresentar a norma culta ao aluno é consenso, entre os autores citados.

Em sua análise de dados, Madeira averigua que os professores estão preocupados em acompanhar os estudos lingüísticos em língua portuguesa e as mudanças que propõem. Averigua, também, que os professores criticam a gramática normativa e um ensino norteado por ela, bem como uma postura pedagógica que vai ao encontro do que pensam, uma árdua postura crítica ao modelo gramatical regido por normas. Constata que os professores vêem na escola o lugar de ensino da norma culta, contudo, afirma que o reconhecimento dessa necessidade de expor a norma culta ao aluno não atrapalha os professores de se preocuparem com as outras variedades da língua portuguesa. Finaliza afirmando que, a partir dos dados aferidos, há uma consciência nos professores de que se faz necessária uma revisão na abordagem utilizada no ensino da gramática e que têm sofrido um processo de (re)significação de suas próprias crenças, permitindo-se reconsiderar e questionar antigas concepções acerca do ensino de português língua materna.

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