Subject: Re: Dar resposta política aos trabalhadores de hoje |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 03:50:34 01/22/04 Thu
In reply to:
Fernando Redondo
's message, "Dar resposta política aos trabalhadores de hoje" on 03:57:08 01/21/04 Wed
>Sim , Fernando, isso é o que passa a estar na ordem do dia porque , a não ser assim , ou persistimos no mesmo de sempre em direcção a
uma rampa descendente , ou nos remetemos ao nossso cantinho a dizer coisas ,de facto , muito acertadas .
Porque mesmo na área geográfica coberta pelos Estudos da Marta Hernecker , o afundamento do campo socialista e a ruptura das inegáveis solidariedades e apoios marca profundamente as organizações de "velho tipo " e, portanto , até
aí há uma grande crize organizativa e mobilizadora ...
Um abraço, Blanch
>Penso que as questões levantadas são muito pertinentes.
>
>Quanto a mim esta discussão tem que partir de uma
>constatação prévia: a transformação social de sentido
>progressista ou se faz com os trabalhadores vivos,
>reais, ou não se fará de todo.
>
>Pode parecer inócua a formulação anterior mas não é.
>Continuamos constantemente a ceder à tentação de
>trabalhar para os trabalhadores que gostaríamos que
>existissem e não para aqueles que existem.
>
>Posto isto parece claro que o desafio para a esquerda
>é encontrar respostas capazes de convencer os
>trabalhadores que existem, nas condições em que
>existem, de que é possível estruturar a sociedade
>humana de forma mais justa, eficaz, potenciadora e
>solidária.
>
>A esquerda tem fugido deste desafio como o diabo da
>cruz, parece não acreditar na sua própria capacidade
>para atingir o sucesso.
>
>Com base em preconceitos, muitas vezes disfarçados,
>mantém com os trabalhadores actuais uma relação de
>desconfiança e de reserva que não conduz a parte
>nenhuma.
>
>Os mal digeridos conceitos herdados do século XIX,
>como a classificação marxista do trabalho produtivo e
>improdutivo baseada num conceito antiquado de
>mais-valia, leva a encarar a esmagadora maioria dos
>trabalhadores actuais como se fossem cumplices dos
>patrões na exploração do trabalho alheio.
>
>O corolário desta não assumida impotência para lidar
>com as pessoas reais, tais como elas são, é a fuga
>para os nichos minoritários de descontentamentos
>vários cujp expoente máximo é Forum Social Mundial.
>Faz lembrar a reacção de certos partidos que quando
>deixaram de conseguir fazer grandes manifestações em
>Lisboa começaram a trazer o pessoal da margem sul e,
>quando tal se revelou insuficiente, começaram a trazer
>pessoal de todo o país.
>
>A federação dos descontentamentos, por mais legítimos
>que sejam, só por si não leva a parte nenhuma se não
>formular propostas de futuro que sejam aceitáveis pela
>grande maioria.
>
>Quando questionas:
>
>"Será que o trabalhador do Digitalismo ,sob um regime
>flexível e precário na sua actividade laboral, se
>tornará no tal agente desencantado, individualista ,
>pragmático , calculista e que de forma nenhuma se
>projecta num futuro redentor ?
>Parece claro que o trabalhador, marcado por
>estratégias individualizantes da gestão de recursos
>humanos ,( Que estão aqui ao lado) não consegue
>colectivizar as suas reivindicações."
>
>a minha resposta é a seguinte:
>
>Compete aos homens de esquerda produzir as análises da
>sociedade actual que permitam polarizar as vontades de
>transformação da generalidade da população e
>prespectivar um novo curso revolucionário cuja
>resultante seja uma organização social de novo tipo.
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