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Subject: Trabalho "produtivo", trabalho "improdutivo" e trabalho "lucrativo"


Author:
Fernando Penim Redondo
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Date Posted: 16/02/06 21:29:27
In reply to: Guilherme Statter 's message, "O Digitalismo e o trabalho "produtivo" e "improdutivo"" on 15/02/06 20:09:42

Como o Guilherme teve a simpática iniciativa de invocar o meu livro (Do Capitalismo para o Digitalismo) aproveito a boleia para clarificar algumas das teses nele defendidas.

Vou ser sintético pois de outra forma tornar-me-ia ainda mais maçador.

A tese central do livro é a da emergência, em curso, de um novo modo de produção (o Digitalismo) em resultado da crise e decadência da relação de produção própria do capitalismo, ou seja, do assalariamento.

Essa decadência resulta da dificuldade cada vez maior de responder satisfatóriamente à questão que todos os “empreendedores” se colocam a si próprios: como vou aumentar a minha riqueza através da contratação assalariada dos meus trabalhadores ?

As razões porque é cada vez mais difícil ter uma actividade lucrativa com base no trabalho assalariado é o que vou passar a tratar. (o Guilherme pretende ter demonstrado a tendência decrescente da taxa de lucro o que poderá ser uma outra forma de explicar o mesmo fenómeno).

Marx definiu as noções de valor e de mais-valia como sendo originados no acto da produção mas não explorou muito a questão da sua realização. Por outras palavras: a mais valia produzida só se traduz em lucro para o capitalista se ele vender a produção e realizar o valor que o trabalho criou.
Do ponto de vista do capitalista, do “empregador”, é irrelevante que os trabalhadores tenham gerado uma enorme mais valia se não lhe for possível fechar o ciclo D-M-D’ com um D’ muito maior do que D.
Marx falou do trabalho produtivo e do trabalho improdutivo mas “esqueceu-se” de falar do trabalho lucrativo.

A principal transformação dos pressupostos económicos com que Marx trabalhou será provavelmente esta, que os capitalistas se preocupam cada vez mais com a realização da mais-valia, quando acedem ao mercado como vendedores, e cada vez menos com a geração da mais-valia durante a fase da produção. Para o capitalista não faz sequer sentido distinguir entre a geração e a realização da mais-valia pois a ele só o satisfaz o resultado final dos dois processos.

Na medida em que se consome cada vez mais produtos “superfluos” em vez de produtos “indispensáveis” a concorrência tende a ser cada vez maior e não abranje só os produtos similares nem só os produtos com origem geográfica identica.
O capitalista vê-se portanto forçado a reagir ao nível dos preços e ao nível da atractividade dos seus produtos.

Neste processo as tecnologias digitais são um instrumento que tanto pode ser usado para a automatização de tarefas, com dispensa de trabalhadores, como para o suporte informativo do trabalho não-repetitivo em que se baseiam os esforços de realização da mais-valia. Em qualquer dos casos o desenvolvimento empresarial, sustentado no aumento da produtividade e da nos factores de diferenciação, significará sempre a redução do trabalho assalariado.
Por essa razão são totalmente ilusórias as políticas de redução do desemprego sem que se verifique uma alteração do quadro económico actual, mas também parece evidente que um quadro de novo tipo trará consigo relações de produção igualmente novas.

(para já não digo mais, para não saturar)

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Replies:
Subject Author Date
Assim, não, Redondo...terás qe aprender sozinho.O qe demorará muito mais tempo,se é que lá chegarás! (NT)Ex-militante (vendoqe maustiques custam umbocado aperder17/02/06 21:30:09
Re: Trabalho "produtivo", trabalho "improdutivo" e trabalho "lucrativo"Guilherme Statter17/02/06 23:30:22
Desempregados são quase meio milhãoNotícias da Amadora19/02/06 11:36:55


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