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Subject: A cassette | |
Author: PJNS |
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Date Posted: 19/03/06 14:13:57 In reply to: Teresa de Sousa 's message, "Da esquerda conservadora à esquerda reformista" on 17/03/06 17:13:12 Faltam à esquerda os conceitos novos que lhe permitam entender a globalização e voltar a agir como força política de transformação É praticamente consensual em França: a esquerda socialista não é capaz de tirar proveito da crescente contestação estudantil contra o governo. Porquê? Na noite de quarta-feira, no Parlamento português, o politólogo francês Zadi Laïdi, ligado à esquerda francesa, ajudou a encontrar a resposta. Paulo Lá como cá o PS só e socialista de nome de resto nada tem a haver com o ideário socialista. Num jantar-debate em que foi o orador convidado, o primeiro de uma série organizada pelo Clube Parlamentar do Partido Socialista, animado por Manuel Maria Carrilho e aberto a convidados exteriores ao universo socialista (estavam lá Proença de Carvalho, Carlos Monjardino e os professores universitários João Caraça e André Freire), o politólogo francês defendeu a seguinte tese: hoje a esquerda francesa não é capaz de agir como força de transformação da sociedade, remetendo-se a um papel defensivo, dificilmente sustentável, de querer conservar o que existe. Paulo E preciso dizer o que existe e e mau para os trabalhadores e que se quer conservar. Laïdi foi mesmo um pouco mais longe. Face à rapidez das transformações mundiais, a esquerda inverteu o seu papel com a direita. É esta última que tenta mudar, enquanto a primeira tenta sobretudo conservar. Paulo Conservar o que? Direitos e regalias? E isso mau? Para os socialistas portugueses, este discurso pode ser menos dramático, na medida em que ninguém se atreveria a dizer que o Governo de José Sócrates não quer mudar nem reformar. Mas sobra uma segunda questão incómoda: para ser reformista hoje, a esquerda tem de ser parecida com a direita liberal? Foi também esta a questão a que Laïdi tentou responder, afirmando que há várias maneiras de se ser reformista nas sociedades democráticas e abertas da Europa. E há casos de sucesso em que foi possível gerir as mudanças a tempo e sem pôr em causa a coesão social, como nos ensina o exemplo dos escandinavos. Paulo Este gajo e maluco, só pode ser…. As mudanças ainda estão a ser feitas, e infelizmente no mau sentido, perda de direitos e regalias. No entanto, se nos tivéssemos o petróleo da Noruega, a nokia da Finlândia, a industria medica e militar da Suécia, e uma agricultura altamente subsidiada da Dinamarca também estaríamos um pouco melhor. Proteger os protegidos? O politólogo francês, que não poupou críticas aos socialistas do seu país, enunciou o que considera serem os dois desafios mais difíceis para a esquerda na era da globalização. O primeiro consiste em saber como adaptar a lógica da redistribuição da riqueza e, portanto, da redução das desigualdades, no espaço nacional, que é a sua marca ideológica, em sociedades que se caracterizam pela "desintegração" desse mesmo espaço, precisamente por efeito da globalização. Paulo Concerteza não será criar mais desigualdades que e o que acontece neste momento um pouco por todo o lado, basta pensar na Alemanha com um superexcedente comercial e no entanto com o desemprego também a aumentar e os trabalhadores a trabalhar mais horas e a receber menos. O segundo desafio que se coloca à esquerda é o da própria mudança de natureza das desigualdades. Hoje já não é possível falar de grupos sociais mais ou menos homogéneos, mas antes de formas de desigualdade "muito mais complexas e muito mais diferenciadas" em relação às quais a redistribuição clássica da riqueza deixa de funcionar. Paulo O problema e que se quer acabar com conquistas como o subsidio de desemprego, ou mesmo as pensões. Ora, são precisamente as clientelas tradicionais da esquerda (Laïdi mencionou os funcionários públicos ou os assalariados que gozam de emprego para a vida) que estão em vantagem nesta nova desigualdade social. O que fazer então? "Proteger os protegidos?" Ou, pelo contrário, procurar reduzir as diferenças entre os que gozam das regalias de um mundo passado e aqueles que estão fora delas à espera de um mundo futuro? A sua conclusão é que o compromisso social que caracterizou as sociedades europeias desde o pós-guerra, sobretudo nos "trinta gloriosos" anos do grande crescimento económico, não é mais possível. Pelo menos, não é mais possível no quadro nacional. Paulo Ele então que desista das regalias do passado no entender dele, e comece a dar o exemplo. Este gajo e maluco... e de esquerda so tem o rotulo pois as ideias nada tem de esquerda. Segundo o ilustre, tem de se baixar as regalias a uns e dar umas migalhas aos outros. Ou seja nivelar por baixo e isto de esquerda? Claro que não. Qual é a saída? Sem ir muito longe, o politólogo francês admitiu que a flexibilidade é a condição essencial para a adaptabilidade das nossas sociedades. Tudo está em saber quais são as contrapartidas e como se repartem os custos dos ajustamentos que é preciso fazer. Paulo Onde e como?? Não ter medo da globalização O segundo problema da esquerda, segundo Zaki Laïdi, diz respeito ao seu "reflexo de medo" perante a globalização, para advertir que não aceitar a globalização é "não aceitar a evolução do mundo, nem aceitar a expansão da riqueza para os outros". Paulo Infelizmente não esta a acontecer a expansão da riqueza para os outros. Aliás, as suas palavras foram particularmente duras para uma esquerda com reflexos "nacionalistas" que imagina que o enriquecimento dos outros terá de ser feito à custa do empobrecimento dos ricos, sem sequer cuidar de analisar uma realidade mundial que demonstra precisamente o contrário. Paulo Sim, que os ricos estão cada vez mais ricos, e os outros cada vez mais pobres (isto e a maioria) [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
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Esta conversa dos "novos conceitos" começa a irritar... | Guilherme Statter | 19/03/06 22:59:16 |