Subject: Aspectos Novos no Digitalismo? |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 02:44:59 01/20/04 Tue
Seria interessante ver consagrada a expressão Digitalista para abarcar aquilo que comumente se vai designando "Sociedade pós industrial " , "sociedade
pós fordista " ou mesmo "Sociedade Informacional".
As versões recentes da sociedade pós industrial,intimamente ligadas à temática pós moderna, proclamam ,de facto,o fim do industrialismo e das suas expressões , consagradas na manufactura fordista, e o desvio do conflito social das relações de classes para problemas de ordem cultural. A historicidade dos autores da sociedade industrial teria os dias contados - a nova era
é ou (será) a da revolução digitalista , a revolução informacional e da automação das tarefas produtivas que transformaria o trabalho em pura actividade comunicacional.
Observamos , assim , que as novas tecnologias da informação e da comunicação , a chamada "niponização" ou "toyotização" dos métodos de gestão e a emergência de uma empresa de "tipo novo" são as três referencias de uma "grande narrativa de substituição" num período em que a suposta morte das ideologias dá lugar a incessantes afirmações de pertença.
Esta profundíssima mudança socio cultural é também seguida de reconstruções materiais que visam redefinir o papel da empresa capitalista como unidade de produção e comando.
O trabalhador , na variante informacional do "Homo Economicus", é em não poucos casos representado como um agente responsável convertido aos objectivos de uma cultura empresarial que se situa nos antípodas da submissão repressiva da empresa fordista. Ele é todavia, ou por isso , privado do sentimento identitário de classe, disseminado num espaço laboral polarizador e evolutivo, e encolhido no seu cantinho por força do declínio do sindicalismo de massas e pela falta de perspectivas de transformação social, ele é cada vez mais um ser domesticado , não é o trabalhador consciente dos anos 40 ou 50 do século XX.
Será que o trabalhador do Digitalismo ,sob um regime flexível e precário na sua actividade laboral, se tornará no tal agente desencantado, individualista , pragmático , calculista e que de forma nenhuma se projecta num futuro redentor ?
Parece claro que o trabalhador, marcado por estratégias individualizantes da gestão de recursos humanos ,( Que estão aqui ao lado) não consegue colectivizar as suas reivindicações .
Competente e polivalente , posto em causa e em concorrência pelo dispositivo de um modelo hierárquico baseado no sucesso pessoal , porque como se sabe no capitalismo o poder e a autoridade são na "sua" divisão do trabalho atributos de homens com qualidades particulares , encarnará ele a nova figura do produtor "pós moderno" ?
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