| Subject: Re: BE ajuda à maioria absoluta do PS |
Author:
Fernando
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Date Posted: 26/02/05 19:21:48
In reply to:
paulo fidalgo
's message, "BE ajuda à maioria absoluta do PS" on 26/02/05 18:09:28
O Paulo nunca leu o livro do Rui Mateus "Contos proibidos - Memórias de um PS desconhecido", pois não?
Lá está escrito na página 280 "Os votos em Mª Lurdes Pintasilgo, a 26 de Janeiro, permitiram a Mário Soares passar à segunda volta, deixando Salgado Zenha com apenas 21%. No dia 16 de Fevereiro, uma grande parte dos observadores internacionais seria surpreendida com a sua eleição para Presidente da República com cento e cinquenta mil votos de vantagem sobre o seu adversário Freitas do Amaral que na primeira volta tivera 46% dos portugueses consigo. Paul Manafort telefonar-me-ia no dia seguinte: "Como vês o segredo era Pintasilgo. Well done anyway!", disse-me simplesmente (...)".
Paul Manafort era um dos sócios da empresa Black, Manafort, Stone & Kelly, responsável pela campanha eleitoral de Ronald Reagan e consultor da 1ª campanha eleitoral de Mário Soares à Presidência.
Segundo esta empresa de RP, perante os 8% que Soares então tinha nas sondagens, a única hipótese de Soares era que surgisse uma terceira candidatura na área da esquerda. Foi o que aconteceu com a de Pintasilgo. Só assim Soares bateu Zenha e teve condições para ir à segunda volta, onde a esquerda unida o elegeu à tangente. Ah! Resta lembrar o charme constante da candidatura de Soares com Pintasilgo no decorrer dessa campanha eleitoral.
Não vê similitudes no aparecimento e acarinhamento em 1999, em pleno consulado de Guterres e Coelho, do BE, quando a CDU tinha 17 deputados e era a 3ª força parlamentar e o PS não tinha maioria absoluta? Nem as vê (as similitudes) nos carinhos dispensados de parte a parte no decurso desta campanha? Nem se lembra do António Costa dizer em pleno comício, "os do BE são nossos amigos"?
E principalmente não vê que só nestas circunstâncias, 30 anos depois, pela 1ª vez o PS obteve a maioria absoluta?
E lembre-se, andamos todos nisto há 30 anos. Também o Rosas, o Louçã, o Fazendas, o Portas. Eles não apareceram em 1999. Eles fizeram todas as campanhas desde o 25 de Abril. E estas coisas, estudam-se. Há profissionais e bastante profissionalismo, particularmente nas campanhas eleitorais, no lançamento de partidos e na fusão de partidos. Lembra-se como de repente a oposição se coligou, na Jugoslávia, na Ucrânia, por exemplo? Lembra-se como a quiseram obrigar à coligação agora ainda há pouco tempo em Cuba?
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