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Subject: 6. A "revolução", os sindicatos e partidos de massa... | |
Author: Guilherme Statter |
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Date Posted: 17/11/06 21:56:14 In reply to: Guilherme Statter 's message, "Um "inventário" das ideias de Marx e Engels - Ou a peregrinação continua..." on 14/11/06 10:55:01 6. Dentro da sociedade capitalista, os trabalhadores não têm como conseguir escapar à sua condição de explorados ou ao seu destino de classe revolucionário, através da conquista de direitos e privilégios legais ou políticos. Os sindicatos e partidos de massa de trabalhadores são úteis enquanto locais de treino para a revolução, mas não são uma garantia de socialismo. No que diz respeito à primeira asserção, é quase uma questão de definição. Dentro da sociedade capitalista não haverá como escapar à condição de exploração. Independentemente dos juízos de valor que a esse respeito se possam formular! Entretanto, para se poder fazer uma discussão crítica em relação a esta sexta "tese" (tal como inventariada pelo sr. C.Wright Mills, parece que é preciso lembrar...) é necessário definir antes do mais, qual o âmbito de aplicação da análise: se "nacional" (cada país de per se e em autarcia, mesmo que relativa...) ou se "internacional" (ou seja, à escala da economia mundial e globalizada). Subjacente a esta "tese" e sua discussão crítica está também o velhíssimo problema de se "saber" se se pode ou não "construir o Socialismo num só país"... Entretanto, "em tese" a segunda asserção desta ideia de Marx e Engels estará parcialmente correcta. Enquanto for possível (e durante décadas foi possível) "exportar" os problemas e conflitos latentes da luta de classes dentro de cada país, para os países da Periferia, os acima referidos "sindicatos e partidos de massa de trabalhadores" puderam exigir e obter dos "proprietários do capital", os tais "direitos e privilégios legais ou políticos". Os trabalhadores obtiveram assim – nos países mais avançados do Centro – condições de vida que muito boa gente consideraria "equivalentes" a uma espécie de Socialismo. Por outro lado os tais "sindicatos e partidos de massa de trabalhadores" tornaram-se em grande medida "máquinas administrativas" encaixadas no sistema, instrumentos de "lóbi" e negociação. Ou seja, deixaram de ser "locais de treino para a revolução" e, quando muito, passaram a ser "locais de algum treino para as coisas da administração pública". E de facto não são uma garantia de socialismo. Voltando à questão do "âmbito" de aplicação desta "tese" ("nacional" ou "mundial"), dir-se-á que Marx e Engels não anteviram a impossibilidade (ou pelo menos a extrema dificuldade) prática de os sindicatos e partidos de massa de trabalhadores se virem a organizar com efectividade operacional à escala da economia global... Assim sendo, a "revolução" que naquele tempo se podia considerar como exequível num âmbito nacional, veio a verificar-se como "não exequível" (pelo menos nos termos em que então se colocava a questão..) quando se perspectiva a questão no âmbito da economia mundial globalizada. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
7 + 8 - A exploração e as hipóteses de revolução... | Guilherme Statter | 18/11/06 0:09:20 |
Voscência não se envergonhe das piruetas.Pior é persistir nos meandros da fé!Mais um ateu? | vou ali volto já | 18/11/06 18:58:47 |
Duas observações | Fernando Penim Redondo | 18/11/06 20:10:50 |
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