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Subject: 12. A indispensabilidade funcional... - II


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 24/11/06 12:12:06
In reply to: Guilherme Statter 's message, "Um "inventário" das ideias de Marx e Engels - Ou a peregrinação continua..." on 14/11/06 10:55:01


12. A indispensabilidade funcional de uma classe num qualquer sistema económico levará à sua supremacia política na sociedade como um todo - II.


Temos então que diversos autores – por vezes associados a uma "esquerda reformista" – estudaram e discutiram a emergência de um novo grupo social a que Galbraith, por exemplo chamou de "tecnoestrutura". Por outro lado, enquanto que os operários de meados do século XIX tinham pouco mais do que a escolaridade básica, hoje são às centenas de milhar os operários com formação cientifica ou tecnológica no mínimo equivalente ao grau de bacharel. Sendo que muitos desses mesmos operários acabam por ter a possibilidade real – por essa mesma razão – de um grau de ascensão social "inimaginável" há uns cem anos atrás.
Voltando à questão da indispensabilidade funcional, penso que haverá hoje consenso sobre o facto (empiricamente verificável) de que quanto maior e mais complexa for uma organização, mais premente é a necessidade de um elevado grau de coordenação das suas actividades. Ainda estamos longe (se calhar mesmo MUITO longe) da utopia libertária da auto-gestão. O que não quer dizer que não se possa ou não se deva "manter acesa a chama dessa luta".
Se for então verdade que há necessidade imperativa um elevado grau da função "coordenação de actividades", então será razoável concluir pela indispensabilidade do grupo social que assegura essa função: a tal "tecnoestrutura".
Foi também isso, e as respectivas implicações de um ponto de vista político, que terá sido discutido nos encontros entre Galbraith e Menshikov. Como sabemos hoje, a tecnoestrutura soviética assumiu o poder político (e de passagem mandou o socialismo à fava...) o que só confirmaria aquela "tese" de Marx. Este só se teria enganado nos "actores" sociais. Pensava que seriam os "operários" e afinal foram as "gestores"...
Lembro de passagem que o conflito latente – na ex-URSS – entre comissários políticos e gestores empresariais, era algo que já vinha sendo estudado e discutido na literatura "ocidental". A primeira referência que encontrei a esse conflito latente foi publicada num artigo da "International Management" nos idos de 1978...
Noutro contexto tive também já ocasião de referir que um dos aspectos que ainda não vi estudado (não quer dizer que não hajam esses estudos!) é o papel de Estaline no "manter em respeito" da tecnoestrutura que ele próprio originou ou promoveu...

A "tecnoestrutura" (de Galbraith e Mintzberg) assim como os "divisional managers" e "professionals vêm assim a constituir-se num grupo social (numa "classe" ?...) razoavelmente coeso no que diz respeito a "experiências de vida", "estatuto", "expectativas" e "rendimentos".
Constituiriam então uma possível "classe-em-si-mesma". Com a característica adicional de, provavelmente, ter um mais elevado grau de "internacionalismo" do que os seus antecessores no século XIX.
O problema será então determinar se há hipóteses de este mesmo grupo social se vir a converter numa "classe-para-si-mesmo". Numa primeiríssima abordagem suspeito que não são muitas as hipóteses de isso estar a acontecer.
Desde logo por via da cooptação permanente que é feita por parte dos "proprietários" do capital.
As famigeradas "stock options... e o canto da sereia do "capitalismo popular"…
Por outro lado os nossos gestores e quadros técnicos e científicos só esporádica ou parcialmente se dão conta das contradições lógicas intrínsecas ao funcionamento do sistema, pelo que não vêem qualquer razão para o modificar.
Em resumo e conclusão desta "tese" (atribuída a Marx e Engels por C. Wright Mills) diria que de facto a "nova classe" assumiu de facto o poder político (e exactamente por via da sua "indispensabilidade funcional") só que "virou burguesa", até e justamente no sentido marxista deste termo.

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Replies:
Subject Author Date
13. O Estado como instrumento de poderGuilherme Statter24/11/06 14:26:20
    Re: 13. O Estado como instrumento de poderchato24/11/06 21:46:09


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