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Subject: Uma realidade à procura de teóricos (o Marx não serve, aviso já...) | |
Author: Fernando Penim Redondo |
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Date Posted: 10/02/06 19:30:03 O relatório da Technorati que mostra que o número de blogs duplica em cada 5 meses pois todos os dias são criados 75.000 novos blogs. Esta autêntica avalanche de informação digitalizada está a converter-se, pela sua própria dimensão, num factor estruturador da actividade económica e não só. Ela explica o sucesso explosivo do Google (que no fundo apenas vende "atenção" dos internautas para determinados conteúdos) e agora também as pretensões dos proprietários das redes de banda larga (que no fundo vendem apenas facilidade de acesso). Um outro desafio, que talvez dê também origem a um grande negócio, é a dificuldade de garantir a perenidade da informação sob a sua forma digital. Os hieroglifos podem ser lidas vários milénios depois mas a folha de calculo antiquada que gravámos numa diskette de 5 polegadas pode estar irremediavelmente perdida. A informação "normal" é directamente captada pelos nossos sentidos mas a informação digitalizada é invisível ao tacto, à vista, ao olfacto, ao paladar ou ao ouvido. Para podermos aceder-lhe necessitamos de dispositivos que convertam a informação digitalizada em imagens, sons, etc. O que acontece com a vertiginosa progressão digital é que os suportes se sucedem e os dispositivos que os "lêem" vão-se tornando obsoletos e acabam por desaparecer. Um bom exemplo disso são os discos fonográficos; quem é que hoje ainda tem a possibilidade de ouvir discos de 78 rotações ? Isto implica converter, de tempos a tempos, a informação contida nos suportes antigos para os novos suportes. Mas essa não é a maior dificuldade. Os sistemas de codificação da informação sucedem-se a um ritmo elevadíssimo como se surgissem e desaparecessem constantemente novos idiomas. Quando um "idioma" desaparece e é substituído por outro nem sempre são guardadas as gramáticas e os dicionários respectivos. Mais tarde, sem essas ferramentas, pode ser quase impossível interpretar os zeros e os uns da informação digitalizada no ãmbito desses "idiomas" desaparecidos. Podemos portanto dizer que a principal vantagem do digital, a extraordinária facilidade na produção de réplicas, constitui também a sua principal debilidade. . [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |