Subject: E já agora pode trocar por miúdos a sua última frase... |
Author:
João Luís
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Date Posted: 1/07/05 18:22:12
In reply to:
paulo fidalgo
's message, "recuperação capitalista?" on 1/07/05 16:21:19
1 – Escreve o Paulo Fidalgo (PF) “A definição do Estado actual como Estado, no mínimo, capitalista contido, pelas conquistas do trabalhadores (...)”.
Como eu da minha lavra nada adiantei sobre a definição do Estado, presumo que se esteja a referir ao que escreveu o AS: “O que hoje os porta-bandeira do neo-liberalismo pretendem é precisamente o regresso ao Estado capitalista «liberal» do século XIX, com o seu capitalismo selvagem, tão bem retratado nas obras de Dickens e Zola. «Emagrecendo» o Estado capitalista das obrigações sociais e de serviço público que foi obrigado a reconhecer quando colocado na defensiva. E reservando para o Estado somente as funções que ao capital interessam como classe dominante: garantir as condições para a acumulação e concentração nas suas mãos do lucro máximo arrancado aos que trabalham.”
Isto é, o AS fala de “Estado capitalista” e diz que se for esvaziado “das obrigações sociais e de serviço público”, regride ao que era o “Estado capitalista «liberal» do século XIX”, mantendo “somente as funções que ao capital interessam como classe dominante”. AS fala, torno a lembrar em “Estado capitalista” e não como o PF traduziu “Estado, no mínimo, capitalista contido, pelas conquistas dos trabalhadores”.
2 – Depois o PF adiante que “definir a actual fase como de «recuperação capitalista» é um erro crasso”. Mas quem é que falou em “fase”? Se se der ao trabalho há-de reparar que tal vocábulo não entra nem no texto do AS nem no meu post. Eu limitei-me a falar em “política de recuperação capitalista”, aliás no mesmo sentido em que deduzi que AS usou a expressão. Textualmente, disse: “Para AS, como para os trabalhadores que se manifestam pela defesa dos direitos adquiridos com muita luta, ao longo de muitos anos – o SNS, a educação, a Segurança Social, a contratação colectiva, etc. – o mau da fita, é o capital e a política de recuperação capitalista.”
3 – Em seguida o PF menciona “O Estado dito social”, ora a expressão “Estado Social” é usada pelo FPR, nunca nem o AS nem eu a usámos. A “total confusão” a que alude não será nossa...como a tal “configuração” do capitalismo a que se refere no pós-“new deal”, é também da sua lavra. O AS e eu limitámo-nos a falar em “Estado capitalista”.
4 - Diz por fim o PF que o capitalismo não aceita a tal “configuração”, que “quer uma remodelação” e que “isso é mais claro do que estar a jogar com conceitos muitos imprecisos como o do Aurélio Santos”. É a sua opinião. Eu por acaso acho muito mais clara e precisa a frase do AS: “O que hoje os porta-bandeira do neo-liberalismo pretendem é precisamente o regresso ao Estado capitalista «liberal» do século XIX, com o seu capitalismo selvagem, tão bem retratado nas obras de Dickens e Zola. «Emagrecendo» o Estado capitalista das obrigações sociais e de serviço público que foi obrigado a reconhecer quando colocado na defensiva. E reservando para o Estado somente as funções que ao capital interessam como classe dominante: garantir as condições para a acumulação e concentração nas suas mãos do lucro máximo arrancado aos que trabalham.”
E já agora pode trocar por miúdos a sua última frase: “Quanto mais defensivos do Estado anterior menos hipóteses teremos de ganhar apoios para uma mudança a qual nunca ganhará terrenos se for uma mudança para trás”. É que leio-a, releio-a e sinceramente não a percebo!
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