Subject: Com esta tão brilhante conclusão bem pode o Sócrates governar descansado, prosseguir na política... |
Author:
João Luís
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Date Posted: 30/06/05 22:03:27
In reply to:
Fernando Penim Redondo
's message, "O Marxismo virou social-democracia ?" on 30/06/05 18:07:13
1 – Resumindo, disse Aurélio Santos (AS):
. que Marx defendera que o Estado é um instrumento da dominação duma classe sobre as outras” e no seu tempo era um instrumento de dominação do capital;
. mas que, “as lutas dos trabalhadores e as grandes revoluções sociais do século XX”, impuseram a alguns Estados outras funções e obrigações;
. e que hoje os porta-vozes do neoliberalismo pretendem que esses Estados alienem essas funções e obrigações para os privados - para obrigarem assim os trabalhadores a pagar “no mercado” os direitos que conquistaram com a sua luta -, “reservando para o Estado somente as funções que ao capital interessam”. Daí o dizerem que “há Estado a mais”, que “o Estado está a consumir a riqueza nacional”, que “é preciso reduzir o Estado” com “histórias” da necessidade “para cobrir o défice e desenvolver o país”.
Conclui AS que “a recuperação capitalista” é que “tem levado “à ruína e ao descalabro” e que eles “fazem o mal e mandam os seus porta-vozes fazer a caramunha”.
2 - A isto, bombásticamente o Fernando Penin Redondo (FPR) responde: AS não acha “que o Estado é um instrumento da dominação duma classe sobre as outras” e “pensa que o “Estado Social” é pago pelos capitalistas”.
E paternalísticamente esclarece-nos que “quem paga o “Estado Social” são os próprios trabalhadores”.
Depois avança com uma lista a que chama de “exploração de segundo nível”, onde no mesmo saco mete: o sobrecusto das obras públicas; as compras excessivas de medicamentos e exames de diagnóstico; os ordenados exorbitantes de gstores de EP’s; as reformas não correspondentes a descontos efectuados; o serviços prestados pelo Estado (educação, saúde) a estraatos sociais ou profissionais que fogem ao fisco; os múltiplos ordenados dos autarcas; as “mordomias” dos políticos; as contribuições do estado para os partidos; os ordenados dos boys; os custos da duplicação de serviços do Estado. Esta lista, assegura-nos o FPR, fez ele partindo do “material” que os jornais nos deram, com a “zanga das comadres”. E eu a pensar que já ouvira o Jerónimo (e antes o Carvalhas, o Octávio Teixeira, o Luís Sá, o Bernardino, a Odete) denunciar tudo isto…
Explica depois que o salário dos trabalhadores é “assaltado” pelo IRS e pelas contribuições para a Segurança Pessoal e outros impostos (sobre combustíveis, tabaco, compra de casa, compras de supermercado), chama a isso “exploração” que beneficia os industriais, comerciantes e prestadores de serviço, os altos funcionários da AP e EP’s, os “tacitamente dispensados de pagar impostos” (??), os políticos (no activo e reformados) e frequentadores (??) de partidos. Fatalista conclui que todos os elementos desses grupos “configuram uma casta” que acabará por destruir a nossa democracia, “pelos seus erros e cupidez”.
3 – Para AS, como para os trabalhadores que se manifestam pela defesa dos direitos adquiridos com muita luta, ao longo de muitos anos – o SNS, a educação, a Segurança Social, a contratação colectiva, etc. – o mau da fita, é o capital e a política de recuperação capitalista.
Para o FPR, os maus são os “industriais, comerciantes e prestadores de serviço, os altos funcionários da AP e EP’s, os “tacitamente dispensados de pagar impostos” (??), os políticos (no activo e reformados) e os frequentadores (??) de partidos.”
Com esta tão brilhante conclusão bem pode o Sócrates governar descansado, prosseguir na política de recuperação capitalista de braço dado com os representantes do grande capital. E quem sabe se até o Cavaco não será bem vindo. Pelo menos a fama de não pertencer a “castas” foi uma das ideias que ele (com a mãozinha de medias amigos) cuidadosamente construiu…
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